A Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa lamenta o falecimento do poeta amazonense Thiago de Mello, na madrugada desta sexta-feira (14/01), em Manaus. O velório acontece no Centro Cultural Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, 1.546, Centro.
Thiago de Mello é um dos poetas mais respeitados do país e completaria 96 anos no mês de março. A causa da morte ainda não foi divulgada pela família.
“Todas as vezes que perdemos um artista, vai um pedaço da gente. Thiago representou a cultura do nosso Estado no mundo inteiro. Tenho visto homenagens de pessoas extremamente conceituadas na cultura nacional e internacional e isso mostra o valor que tinha o nosso poeta”, comenta o titular da pasta, Marcos Apolo Muniz. “Quero registrar meu respeito, como artista, como cidadão amazonense e como gestor público do Governo do Amazonas”, enfatizou.
Com obras traduzidas para mais de 30 idiomas, Thiago de Mello foi homenageado pelo Governo do Amazonas em 2021, quando artistas de diferentes segmentos se uniram para a leitura do poema “Faz escuro, mas eu canto”. O poeta é membro da Academia Amazonense de Letras e recebeu o destaque de Personalidade Literária do Prêmio Jabuti, em 2018. O autor foi reconhecido pelo conjunto da obra, que é referência na literatura regional brasileira.
O escritor Dori Carvalho lembra que vivemos momentos de literatura e reivindicações ao longo dos anos. Ele conta que, em 2021, recebeu uma ligação para falar sobre poesias.
“Eu trago o Thiago de Mello no meu coração com muito carinho e muita ternura, é muito importante tudo que ele deixou, é fundamental, porque talvez seja o último poeta da geração dele que nos deixa hoje”, afirma Carvalho. “É um momento triste e muito melancólico”.
Rildo Heros, membro do Conselho Estadual de Cultura na cadeira de Literatura, também lamentou a morte do poeta. “Esse amazonense de Barreirinha é uma pessoa de grande importância, que lutou pela liberdade e pela igualdade entre os homens em todas as gerações. É um exemplo a ser seguido por toda categoria”, comentou o escritor.
Trajetória – Amadeu Thiago de Mello nasceu em Barreirinha, no Amazonas. Posteriormente, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou uma faculdade de medicina, que abandonou para ser poeta.
O poeta teve sua estreia na literatura em 1951, com o livro “Silêncio e Palavra”. Entre as obras de destaque está ainda “Os Estatutos do Homem”, de 1964, em que o poeta traz os valores simples da natureza humana, assim como “Narciso Cego”, de 1952; “A Lenda da Rosa”, de 1956; “Poesia comprometida com a minha e a tua vida”, de 1975; “Horóscopo para os que estão Vivos”, de 1984; “Mormaço na Floresta”, de 1984; “Num Campo de Margaridas”, de 1986; e “De uma Vez por Todas”, de 1996.
Homenagem – A leitura do poema, disponível nas redes sociais @culturadoam, teve a participação de nomes do teatro, com os atores Taciano Soares, Ana Cláudia Motta e Isabela Catão; do audiovisual, com a cineasta Danielle Nazareno; da literatura, com o escritor Jan Santos; e da música, com os cantores Miltinho Cabocrioulo, Anne Jezini e Karen Francis; e o músico e filho do poeta, Thiago Thiago de Mello.
FOTO: Michael Dantas/Divulgação