Com 355 casos novos de tuberculose registrados desde o início de 2022 em Manaus, a Prefeitura de Manaus vai promover, na quinta-feira, 24/3, na comunidade Nossa Senhora de Fátima (zona Rural Fluvial), uma mobilização abordando o tema “É hora de vencer a tuberculose”.
A programação será realizada na Escola Municipal José Sobreira do Nascimento, das 9h às 12h, marcando o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, e contará com atividades educativas, oferta de exame de escarro para diagnóstico da doença, além de serviços como coleta de exame preventivo, realização de exame de pele, vacinação de rotina e oficina de orientação sobre alimentação saudável.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeiro Daniel Sacramento, explica que o evento faz parte das ações de intensificação de combate à tuberculose que a Prefeitura de Manaus executa no mês de março, com o desafio de ampliar o diagnóstico precoce de novos casos da doença.
“Manaus tem uma taxa de incidência da tuberculose de 102,7 casos por 100 mil habitantes, o que representa a maior taxa entre as capitais brasileiras. Para reverter essa situação, é necessário aumentar cada vez mais o número de casos diagnosticados de forma precoce, identificando sintomáticos respiratórios, que são pessoas que apresentam tosse por mais de duas semanas. Assim, é possível realizar o exame e iniciar o tratamento imediatamente, o que vai interromper a cadeia de transmissão e reduzir o risco de novos casos. É necessário também que as pessoas que tiveram contato com alguém em tratamento de tuberculose procurem uma Unidade de Saúde para serem avaliadas por um profissional de saúde”, orienta Daniel Sacramento.
Segundo ele, Manaus registrou no ano passado 2.316 casos novos de tuberculose, já com aumento de 11,6% em relação ao número de casos de 2020, quando foram feitos 2.075 diagnósticos positivos. Porém, os dados de 2021 ainda apresentam redução em relação aos casos de 2019, ano em que houve registro de 2.344 casos.
“Em 2020, com a pandemia e a necessidade de reorganização dos serviços de saúde para o atendimento de pacientes com sintomas de Covid-19, houve uma redução no número de pessoas que procuraram unidades de saúde para a realização de exames para tuberculose. Como consequência, o número de casos diagnosticados apresentou redução. Mas já em 2021, a Semsa executou ações para fortalecer o diagnóstico, registrando um aumento de 23,5% no número de exames, o que resultou em um maior número de casos notificados, em comparação com 2020”, esclarece Daniel Sacramento.
Para 2022, o desafio é a realização de mais de 11.515 exames de sintomáticos respiratórios, superando o número que foi alcançado em 2019, período pré-pandemia, quando Manaus registrou o melhor indicador na rede municipal de saúde na realização dos exames.
Casos
Dos 2.316 casos novos de tuberculose registrados em Manaus no ano passado, 43,7% são na faixa etária de 20 a 39 anos, seguido de pessoas com idade entre 40 e 59 anos (28,7%), de 60 anos ou mais (15,3%) e menores de 20 anos (12,3%).
Os dados da Semsa mostram ainda que os homens representam 59,9% do total de pessoas diagnosticadas com tuberculose.
“Adultos jovens representam a maioria dos casos, assim como pessoas do sexo masculino. E é importante que esse público fique mais atento aos sintomas da tuberculose, principalmente se apresentarem tosse por mais de duas semanas, mas também outros sintomas característicos como perda de peso inesperada, falta de ar, suor noturno intenso e febre ao final da tarde e início da noite. Ao aparecimento de qualquer um desses sintomas a pessoa deve procurar um serviço de saúde”, alerta Daniel Sacramento.
Transmissão
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das Unidades de Saúde da rede municipal para a realização de exames.
A transmissão ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.