A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Manaus (Semsa), está ofertando o procedimento de inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU) para moradoras em situação de rua da capital. O serviço está sendo realizado pela equipe do Consultório na Rua, que desenvolve um amplo trabalho que envolve abordagem, escuta qualificada e esclarecimento de dúvidas sobre esse método contraceptivo, reconhecido pela sua eficácia em todo o mundo.
O subsecretário de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, explica que a oferta do DIU para mulheres em situação de vulnerabilidade é um avanço na ampliação dos serviços de saúde da mulher.
“A oferta do DIU de cobre está alinhada com a política de planejamento familiar do Ministério da Saúde. É um método contraceptivo de longa duração, que é muito eficaz para evitar a gestação não desejada. É importante acentuar que essa decisão parte das mulheres, que podem, inclusive, optar por outros métodos contraceptivos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, acrescenta o subsecretário.
Fluxo
O serviço está sendo ofertado desde o segundo semestre de 2023 e das seis inserções acordadas, somente uma foi concretizada. “Parece pouco, mas é um número de sucesso, se levarmos em consideração as incertezas que a situação de rua impõe à equipe do Consultório na Rua”, salienta a coordenadora do Consultório de Rua, assistente social Lucimei Mota.
A coordenadora do consultório explica que a captação de candidatas ao uso do DIU envolve o processo de escuta qualificada, que acontece durante o trabalho de abordagem, que também contempla usuárias e usuários homens trans e pessoas com útero.
“A escuta qualificada é um instrumento da nossa rotina que permite que as usuárias exponham suas demandas e facilita nossas ações de saúde. Ao verificar que elas desejam usar contraceptivos, a equipe apresenta o DIU e outras formas de evitar uma gestação e a partir daí inicia o fluxo de atendimento”, informa Lucimei.
Após sinalizar interesse em realizar o procedimento, a usuária precisa fazer testes, dentre os quais os de detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e de gravidez. Em seguida, passa por uma anamnese, uma conversa entre a equipe e a paciente com o objetivo de esclarecer dúvidas e dar orientações sobre este método contraceptivo. Concluída esta etapa, ela também assina o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento que informa que a usuária está ciente dos aspectos que envolvem a inserção do DIU.
“Seguindo o fluxo, a candidata realiza exame ginecológico, faz coleta do exame de preventivo do câncer do colo do útero e se estiver em boas condições de saúde, realiza o procedimento de inserção do DIU”, complementa Lucimei.
O acompanhamento da usuária é feito no período de 30 a 40 dias após inserção, depois semestral e anualmente. Além disso, o Consultório na Rua fornece medicação e absorventes para os períodos menstruais, já que o DIU pode aumentar o fluxo e as cólicas nos primeiros meses. Outra alternativa é a oferta de medicação trimestral (também disponível no SUS), para aquelas que podem e desejam dar uma pausa na menstruação e reduzir o desconforto inicial.
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Texto – Tânia Brandão / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa
Em anexo
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