De acordo com o livro O Guia Essencial do Vinho: Wine Folly, o vinho é uma bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de uvas. Tecnicamente, pode ser feito a partir de qualquer fruta, no entanto, a maioria das produções são de uvas viníferas, que são menores, sempre têm sementes, além de serem mais doces. A obra diz que o clima temperado, presente no Sul do Brasil, é ideal para o desenvolvimento das uvas.
Segundo informações da Diretoria de Agronegócio do Itaú BBA, em 2020, os brasileiros compraram 430 milhões de litros de vinho, um aumento de 18,4% referente ao ano anterior e o maior volume desde 2000. Um estudo da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura) apontou que em 2021, pela primeira vez, houve um aumento da procura por bebidas de maior qualidade. No país, foram comercializados 217 milhões de rótulos finos, enquanto os vinhos de mesa registraram 205 milhões em vendas.
Uma pesquisa da Ideal Consulting apontou que cada brasileiro, em média, consumiu 2,64 litros de vinho em 2021. Nas Américas, os argentinos saíram na frente, e possuem o maior consumo per capita do continente: os hermanos consumiram cerca de 30 litros por ano. Ainda de acordo com o estudo, os portugueses são os maiores consumidores individuais no mundo, chegando a beber 69 litros por ano.
As melhores opções de vinho em dias quentes
Segundo Vinicius Santiago, Sommelier Executivo da Evino, que faz parte do Vissimo Group, comenta os principais tipos de vinho para aproveitar em temperaturas elevadas: “Vinhos leves e com teor alcoólico médio a baixo e, quando tintos, com baixa quantidade de taninos. Vinhos brancos, espumantes e rosés costumam ser muito aproveitados nessa época do ano mais quente”. Segundo o site Wine Folly, o tanino vem das cascas, das sementes, e do caule das uvas. É amargo e adstringente, mas contém alto nível de antioxidantes.
Ele desmistifica que não há estilos específicos ou mais adequados para tomar em casa, na praia ou na piscina, e que vinhos brancos, rosés e espumantes são ótimas opções, por serem servidos gelados e geralmente serem frutados e frescos. “Para essas áreas, vinhos em lata e vinhos com tampa rosca se tornam mais eficientes, por facilitarem o serviço e o consumo”.
O Sommelier da Evino explica que geralmente no calor, as pessoas buscam por bebidas mais refrescantes. Neste caso, vinhos de teor alcoólico moderado e que sejam agradáveis servidos gelados, podem trazer essa sensação de frescor. “É importante manter estes vinhos brancos, rosés e espumantes na temperatura ideal de consumo, entre 4 e 8°C. Para tanto, pode-se utilizar coolers e baldes de gelo”, ressalta.
Como harmonizar o vinho com a comida
O Guia Essencial do Vinho, de Madeline Puckette e Justin Hammack, publicado no Brasil pela Intrínseca em 2016, diz que a harmonização com alimentos é a arte de criar uniões adequadas ao considerar diversos fatores, como gostos, cheiros, texturas e intensidade. Desde o tinto encorpado até o vinho de sobremesa, todos os tipos de vinho conseguem fazer uma harmonização com a comida, desde carnes vermelha, curada e branca, até peixes e frutos do mar. Além de queijos moles e duros, verduras, especiarias e doces.
Ainda de acordo com o livro, a harmonização pode acontecer por semelhança, como carne e cogumelo, ou contraste, como coco e limão. Alimentos doces, gordurosos, picantes, amargos, ácidos e salgados devem ser levados em consideração ao tentar equilibrar com vinhos. Outras sensações incluem efervescência, umami, dormência, formigamento, untuosidade, cálcio e refrescância.
Para Vinicius Santiago da Evino, cada vinho é único e o conjunto dos ingredientes, aromas e sabores dessas bebidas apresentam harmonizações específicas. “No geral, vinhos brancos, rosés, e espumantes podem combinar com saladas, frutos do mar, pratos à base de legumes, carnes magras e aperitivos”.