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Tecnologia ajuda a aproximar leitores e não leitores da literatura

De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada em 2020, a média de leitura do brasileiro é de cinco livros ao ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas parcialmente. O levantamento ainda aponta que entre 2015 e 2019, a porcentagem de leitores brasileiros caiu de 56% para 52%, e 48% da população (cerca de 93 milhões de pessoas) é formada por não leitores. A pandemia de covid-19 também intensificou a mudança de atenção das páginas para as telas e outras plataformas de acesso ao mundo digital na busca por conexões sociais.

Dentro deste cenário, o Dia Nacional do Livro – comemorado em 29 de outubro, data escolhida em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Brasil em 1810, no Rio de Janeiro – se torna marco dedicado a resgatar e incentivar o hábito da leitura. Se antes o contato com os livros se dava apenas nas bibliotecas e livrarias, hoje é possível expandir e compartilhar experiências literárias em clubes de leitura, revistas, blogs, podcasts e em redes sociais voltadas para essa temática.

Grandes instituições culturais apostam em projetos voltados para fomentar o acesso aos livros e discutir diferentes gêneros literários sem nenhum custo, utilizando tanto o ambiente virtual quanto o presencial. Um dos exemplos é a Japan House São Paulo, cuja programação mensal inclui um Ciclo de Mangá e um Clube de Leitura voltados para a literatura japonesa em geral – este último, realizado em parceria com a Revista Quatro Cinco Um, também especializada em livros. O próximo encontro virtual do Clube de Leitura JHSP acontece no dia 27 de outubro, a partir das 19h, e abordará o romance “Beleza e tristeza”, de Yasunari Kawabata. A instituição nipônica também tem a primeira temporada inteira de seu podcast dedicada à apresentação de diferentes autores, obras e estilos da literatura japonesa, dividida em oito episódios que contam com a participação de convidados como o apresentador Zeca Camargo e a tradutora Rita Kohl, entre outros. Inclusive, para os amantes dos incentivos mais tradicionais, a Japan House São Paulo possui uma biblioteca dedicada ao Japão composta por mais de dois mil títulos. Localizada no térreo, a visitação é livre e gratuita.

Já nas atividades do Clube de Leitura da Casa Mário de Andrade, os participantes são convidados a conhecer obras de cordelistas que atuam para difundir o gênero. A cada encontro, o público entra em contato com um autor convidado, que faz uma breve apresentação de sua trajetória, seguida da leitura de um de seus cordéis. Toda a programação pode ser conferida no site da instituição.

Com cerca de 369 mil seguidores apenas no Instagram, o advogado Pedro Pacífico é um dos exemplos de produtores de conteúdo que incentivam a leitura nas redes sociais, fazendo resenhas de obras lidas e até dando dicas de títulos e livrarias que visita em suas viagens. Além do perfil literário “Book.ster” que mantém há anos, Pacífico também é o criador do podcast “Daria um Livro“, no qual recebe convidados com diferentes formações para compartilhar com ele um pouco de suas relações com a leitura e também suas próprias histórias.

Assim como ele, outros influenciadores digitais vêm ganhando notoriedade por compartilharem seus gostos e dicas literárias, como é o caso do booktoker Tiago Valente e da youtuber Mell Ferraz, dona do canal “Literature-se“. Perfis como estes ajudam a diminuir as distâncias entre os não leitores e os livros, seja pela linguagem descontraída, seja pelas plataformas onde disponibilizam seus conteúdos.

Exemplos como estes reforçam o papel da tecnologia como importante aliada para facilitar o acesso e melhorar os hábitos de leitura dos brasileiros. Diante de tantas opções, formatos e possibilidades, só é preciso procurar por referências e indicações de obras nacionais ou internacionais, pesquisar o título de interesse e comprar o que mais agradar (seja físico ou digital), ou até mesmo baixá-lo gratuitamente no celular, tablet, computador ou leitores digitais – tudo graças à internet.

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