No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado nesta terça-feira (17/08), o Teatro Amazonas abre as portas para visitas gratuitas em homenagem à data. Os prédios do Palácio da Justiça, Palácio Rio Negro e Palacete Provincial, tombados como Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas, compõem a programação de acesso liberado, das 9h às 17h, com agendamento no Portal da Cultura (cultura.am.gov.br) e protocolos para evitar o risco de contaminação da Covid-19.
O secretário Marcos Apolo Muniz explica que a gratuidade do maior patrimônio histórico do Estado amplia as oportunidades para as pessoas conhecerem o Teatro Amazonas.
“É importante proporcionar ao público atividades que reforcem o sentimento de pertencimento em relação ao espaço e amplie a participação da sociedade civil”, afirma o titular da pasta de Cultura e Economia Criativa, que destaca ainda a visita a outros espaços. “No Centro Histórico, que recentemente teve o tombamento homologado pelo Ministério do Turismo, temos os palácios Rio Negro e da Justiça, e o Palacete Provincial, que também estão de portas abertas à população”.
As visitas ao Teatro Amazonas acontecem com grupos de 20 pessoas. Em 30 minutos, o público circula pelo Salão Nobre, Salão de Espetáculos e Salão Verde, intitulado “Sala de Exposição de Música e Dança”, até a Saleta de Exposição da Cúpula, além da maquete feita com blocos de Lego, uma escultura de bronze do artista francês Adrien Étienne Gaudez e o Camarim de época.
Palácios – Localizados no Centro Histórico de Manaus, o Palácio da Justiça, Palácio Rio Negro e Palacete Provincial estão abertos para visitas de 45 minutos.
O Palácio da Justiça, que fica na avenida Eduardo Ribeiro e foi tombado em 1980, traz detalhes da arquitetura em estilo renascentista e da história do Poder Judiciário do Estado, abriga o Museu do Crime e exposições de diversas linguagens. “Caruanas – O foco repousa na força mística”, “Olhares Tumbira”, “Abraçando o Xapono”, “Severiano 90 anos” e “Arquiteotonicas” compõem o circuito de mostras da casa.
Localizado na avenida Sete de Setembro, 1.546, o Palácio Rio Negro conta com 228 peças no acervo e foi tombado em 1980 como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas. Nas salas Antônio Bittencourt e Ephigênio Salles está a exposição “O Clamor da Mata”, de Pietro Bruno. Em 15 quadros, o artista plástico defende a preservação da cultura indígena, a flora e a fauna amazônicas, ao retratar elementos do cotidiano, tradições indígenas e da Floresta Amazônica.
Na Praça Heliodoro Balbi e tombado em 1988, o Palacete Provincial sedia a Pinacoteca do Estado e os museus de Numismática, Tiradentes, da Imagem e do Som e de Arqueologia. O local tem em cartaz a mostra “Na Sintonia do Rádio”, na sala José Bernardo Michiles, da antropóloga e diretora teatral Nonata Silva, que também é artista visual e contempla três recortes específicos que destacam a invenção, as primeiras transmissões, rádios antigos, as radionovelas e toda a diversidade de timbres e sons das rádios locais.
Protocolos – Os equipamentos culturais passam pelo processo de sanitização e têm totens de álcool em pontos estratégicos. São exigidos todos os procedimentos para evitar o risco de contaminação da Covid-19, entre eles o uso obrigatório de máscara, medição da temperatura e distanciamento de 1,5 metro. Também fica proibido o contato físico com elementos dos espaços, como colunas, paredes, vitrines expositoras, esculturas, pinturas, demarcadores, portas e maçanetas.
Salvaguarda – O Teatro Amazonas, os Palácios Rio Negro e da Justiça, e o Palacete Provincial são espaços culturais administrados pelo Governo do Amazonas, que reúne as secretarias de Cultura e Economia Criativa, de Administração Penitenciária e Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) para manutenção desses e outros prédios tombados.
No primeiro semestre de 2021, o Teatro Amazonas foi o primeiro a receber reformas numa parceria do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foram retomados os serviços de modernização dos sistemas de combate a incêndios, pânico e proteção a descargas atmosféricas, a instalação de circuitos de monitoramento, assim como reparos nas pinturas interna e externa.
O projeto inclui ainda a instalação de alarme e mecanismo de detecção de fogo e fumaça via wireless (sem fio), para oferecer uma resposta rápida em caso de incidente.
Ainda no primeiro semestre o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da AADC, iniciou uma série de obras de modernização e reparos nos demais espaços culturais administrados pelo Estado. O cronograma contemplou o Palacete Provincial, a Biblioteca Pública do Amazonas e os centros culturais Usina Chaminé e Povos da Amazônia.
No Palacete Provincial foi feita a revisão geral da cobertura e forro do corredor do pavimento superior, recuperação de esquadrias, limpeza da cisterna, pintura da escada metálica, troca da porta de ferro da guarita e construção de mureta de contenção para evitar entrada de água no final do corredor do subsolo.
Na Usina Chaminé, por meio de uma parceria com a Amazonas Energia, foi implantado um projeto de proteção contra incêndio, que contempla os equipamentos necessários conforme as normas do Corpo de Bombeiros. O prédio deve receber a homologação do Iphan para abrigar as instalações do laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça.
Por meio do programa “Trabalhando a Liberdade”, realizado em parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, 36 apenados do regime semiaberto realizam trabalhos de manutenção na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, com serviços de capinagem e roçagem do terreno. Essas horas trabalhadas serão convertidas em redução da pena.
Valoriza Patrimônio – A Secretaria de Cultura e Economia Criativa tem ainda o projeto “Valoriza Patrimônio”, que propõe a revitalização dos imóveis de valor arquitetônico, como o Palacete Cinco de Setembro, a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa e o Teatro Escola do Parque Jefferson Péres. Atualmente encontra-se em processo de busca de parceria público-privada, visando a obtenção de recursos para a execução do projeto.
Dia Nacional do Patrimônio Histórico – Uma homenagem a Rodrigo Melo Franco de Andrade, o primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, também, um dos maiores responsáveis por sua criação, em 1937.
FOTOS: Michael Dantas/Cultura