A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) convocou diversos órgãos de saúde para fortalecimento do monitoramento da Covid-19, na capital e nos municípios, para cumprimento das metas previstas no Plano de Contingência. A reunião, realizada neste sábado (22/05), na sede da secretaria, foi motivada, principalmente, pela introdução da variante identificada na Índia, a B.1.617, que chegou ao país a partir do Maranhão.
Da reunião, conduzida pelo Secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, participaram as áreas de assistência e vigilância da SES-AM e da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa/Manaus) e o Conselho Municipal de Secretários de Saúde (Cosems). O secretário pediu, às áreas, o plano de ação para segunda-feira (24/05). Cada área vai apresentar sua estratégia de trabalho para as ações definidas no Plano de Contingência, com foco, principalmente, na prevenção e interrupção da cadeia de transmissão do vírus.
“A nossa ideia é, em função do que ocorreu no Maranhão, a variante identificada na Índia naquele navio, nós estabelecermos ações para o monitoramento de possíveis casos que cheguem ao Amazonas. Então, nós dividimos as equipes dos diversos temas, não somente no ponto de vista da vigilância, mas na ampliação da assistência, e nós vamos agora, diariamente, reunir com essas equipes para avançarmos na execução dos planos de cada equipe”, salientou Marcellus.
Desde abril deste ano, o estado ampliou a oferta de testes RT-PCR nas unidades de porta de entrada, na rede de saúde pública, para monitoramento de pacientes com sintomas gripais. Os primeiros resultados mostram que a taxa de positividade dos testes RT-PCR está com percentual de 10%, sendo que a média nacional é de 20%. O secretário de saúde destaca que a meta é reduzir a taxa de positividade para 5%, seguindo recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
“Nós vamos ter trabalhos no que podemos fazer na ampliação e na aceleração da vacinação, na testagem, também na organização da rede, na descentralização da saúde para os polos de saúde no interior. Enfim, são várias ações que juntas vão dar uma resposta rápida à possível circulação de variantes aqui no Amazonas e, também, ampliação do serviço de saúde para a população”, esclareceu o secretário.
Variante – A variante B.1.617, identificada na Índia, ainda é considerada nova para pesquisadores, conforme explica o secretário Marcellus Campêlo. Por conta disso, gera uma preocupação maior, pois se mostra mais letal e com maior potencial de infecção.
“Essa (B.1.617) é a variante mais nova registrada no mundo. Mas, a OMS já declarou uma variante de preocupação. Nós temos visto o que está acontecendo na Índia, uma explosão de casos, de internação e, infelizmente, de óbitos. Então, ela tem preocupado todos os países e é necessária a vigilância máxima em relação a isso, é o que nós estamos fazendo. O que nós sabemos é que ela é muito mais contagiosa, muito mais letal também”, iniciou.
“Então, não sabemos como fica em relação à resposta da vacina a essa variante, os estudos ainda prosseguem. Esperamos que a vacina que nós estamos aplicando seja também eficaz em relação a essa variante, mas nós não podemos descuidar e precisamos avançar nos procedimentos de vigilância em relação a ela. Por isso que nós estamos reunindo toda a equipe de saúde do estado do Amazonas para tomarmos essas ações”, encerrou.
Sobre a vigilância em portos, aeroportos e fronteiras, o tema já está em discussão entre a FVS-AM e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que devem apresentar nos próximos dias um plano de ação para as autoridades competentes, focado no monitoramento e identificação da variante B.1.617 e das demais em circulação.
Cenário – Na reunião, realizada neste sábado, a FVS-AM apresentou dados epidemiológicos referentes à média móvel de casos e óbitos da Covid-19, de hospitalizações e a taxa de ocupação de leitos nos últimos dias, até o dia 19 deste mês.
O estado apresenta uma queda de 9% na média móvel dos últimos 14 dias de casos positivos, com 500 casos sendo registrados ao dia. Para óbitos, houve queda na média móvel de 53% se considerada a data de ocorrência.
O ponto de atenção da rede está nas hospitalizações na rede pública, que cresceu 14% em leitos clínicos e 117% em leitos de UTI, nos últimos 14 dias.
A taxa de ocupação de leitos Covid-19 na rede pública está em 35% para leitos clínicos e 56% para UTI.
FOTO: Rodrigo Santos/SES-AM