Agosto é esperado como mês de disparada da aplicação de segundas doses da vacina contra a Covid-19 no Amazonas, a começar pelos profissionais da educação, que iniciaram o ciclo vacinal em maio. Com a previsão do Ministério da Saúde em receber 63,3 milhões de doses no período, a maior remessa desde o início da campanha, o estado pode ir além e já imunizar a maioria da população que recebeu a primeira dose.
Esse avanço na imunização amazonense depende de dois fatores: o primeiro é que o ministério mantenha o critério de distribuição de doses aos estados como definido anteriormente, próximo do percentual proporcional às populações. Ou seja, o Amazonas, que tem cerca de 2% dos habitantes do país, receberia pouco mais de 1 milhão de doses nessa condição. O segundo e mais imprevisível é a opção do Estado em antecipar a aplicação da segunda dose das vacinas da Astrazeneca e Pfizer. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) informou ao TODA HORA que a disponibilidade de doses da Pfizer para segunda aplicação depende de novos envios e que pode reavaliar as estratégias para agilizar as coberturas vacinais que incluem o esquema completo com segunda dose.
De acordo com o vacinômetro da Fundação, a diferença entre vacinados com a primeira e a segunda dose é de 1.278.558. Nos demais estados, o debate sobre esse adiantamento da conclusão do ciclo vacinal tem como opositores o próprio Ministério da Saúde e alguns especialistas, que defendem prioridade à aplicação máxima da primeira dose em todo o país.
No Amazonas, contudo, a oferta da vacinação chegou à toda população adulta. Conforme o vacinômetro, 69% desses já aplicaram a primeira dose, o que coloca estado numa condição diferenciada. Com as doses esperadas para agosto, o foco passa a ser na imunização total de todos os públicos.
Risco
Para o epidemiologista da Fiocruz/Amazônia, Jesem Orellana, o risco maior nesse processo de antecipação é no âmbito legal, embora represente uma alternativa interessante do ponto de vista da saúde. “Uma pessoa pode se dizer lesada com essa decisão de antecipar a segunda dose da vacina e processar o Estado. Mas é uma alternativa interessante, pois só com a segunda dose é possível alcançar a imunidade necessária”, observou.
*Com informações de Toda Hora