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Quem é ‘Colômbia’? Novo investigado pela Polícia Federal no caso Bruno e Dom no AM

Suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas indígenas no Vale do Javari, no Amazonas, e investigado por envolvimento com tráfico de drogas, “Colômbia” teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, no inicio da noite desta sexta-feira (8). Agora, as investigações da Polícia Federal tentam desvendar o enigma sobre a verdadeira identidade dele.

“Colômbia” se apresentou na Polícia Federal, em Tabatinga, para dizer que não tinha envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips, os crimes ocorreram no dia 5 de junho. Porém, ele acabou preso em flagrante, por uso de documento falso.

As investigações apontam, ainda, que “Colômbia” tinha relação direta com Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, que está preso e confessou participação nas mortes de Bruno e Dom. O irmão de Amarildo, Oseney, e Jefferson da Silva Lima também estão presos por suspeita do crime. O trio teve a prisão preventiva decretada, nesta sexta, pela Justiça Federal.

A audiência de custódia de “Colômbia” aconteceu no município de Tabatinga. Conforme a decisão, ele e os três ficarão presos até o julgamento, que ainda não tem data definida.

Afinal, quem é “Colômbia”?

De nacionalidade peruana, “Colômbia” foi preso, inicialmente, apresentando uma identidade falsa brasileira, em nome de Rubens Villar Coelho. Porém, a PF descobriu que ele possui, pelo menos, outras duas identidades diferentes.

Ele ainda chegou a mostrar aos policiais uma identidade colombiana, em nome de Ruben Dario da Silva Villar; e teria uma terceira de origem peruana.

Colômbia acabou preso em flagrante, por uso de documento falso. O nome verdadeiro dele ainda é desconhecido.

Segundo as investigações, “Colômbia” paga despesas de pescadores que atuam ilegalmente em áreas indígenas. Quadrilhas também escondem cocaína em carregamentos de pescado.

"Colômbia" chegou escoltado na sede da Justiça Federal em Tabatinga
“Colômbia” chegou escoltado na sede da Justiça Federal em Tabatinga

Qual o verdadeiro nome do suspeito?

A Polícia Federal não esclareceu o nome verdadeiro de “Colômbia”. Segundo as informações levantadas pelas autoridades, o suspeito possui três identidades: uma no Brasil, uma na Colômbia e outra Peru. Por isso, a polícia tem tratado o homem apenas pelo apelido.

Qual a idade?

A PF não especificou a idade certa do suspeito, pela mesma dificuldade de tentar identificar a verdadeira identidade dele.

Onde vive e quantas propriedades possui?

De acordo com a Polícia Federal, “Colômbia” possui duas propriedades: uma casa em Benjamin Constant, no Amazonas, e uma outra residência no povoado de Islandia, no Peru. Ele ficava se deslocando entre esses dois locais.

Já havia sido preso antes?

Na identidade falsa que “Colômbia” apresentou à Polícia Federal, com o nome de Rubens Villar Coelho, não há antecedentes criminais. Porém, a PF não informou se consta alguma prisão ou mandato em relação às outras identidades que ele possui nos outros países.

Suspeito nega ser mandante do crime

Em depoimento à Polícia Federal, na quinta-feira (7), o suspeito disse que tem apenas “relação comercial’ com pescadores da região do Vale do Javari, onde as vítimas foram mortas.

Durante a coletiva, realizada na sede da PF-AM na capital, o delegado explicou que “Colômbia” compareceu espontaneamente à sede da Polícia Federal em Tabatinga, cidade que fica perto de Atalaia do Norte, região onde Bruno e Dom foram mortos.

Segundo informações obtidas com exclusividade pela Rede Amazônica, ele foi até a delegacia para afirmar que não teria envolvimento com os assassinatos do indigenista e do jornalista.

“Ele nega veementemente qualquer participação no crime [envolvendo o duplo homicídio de Bruno e Dom]”, afirmou o delegado.

Apesar de Colômbia ter sido preso por uso de documento falso, a PF agora investiga se ele tem relação com a pesca ilegal no Vale do Javari, possível motivação dos assassinatos de Bruno e Dom.

Fontes da PF afirmam que Jeferson da Silva Lima e os irmãos Amarildo e Oseney da Costa de Oliveira, presos suspeitos de envolvimento nas mortes do indigenista e do jornalista, e os cinco indiciados na ocultação dos cadáveres seriam empregados de Colômbia.

No entanto, segundo a PF, o homem afirma que possui apenas relações comerciais com pescadores da região. Ele também nega relação com a pesca ilegal.

Embora relatos de moradores da região indiquem que Colômbia possa ser mandante dos assassinatos de Bruno e Dom, na coletiva desta sexta, o delegado da PF não confirmou a informação nem apontou um possível mandante.

Pesca ilegal

O nome de “Colômbia” vem sendo citado por moradores desde o início das investigações do caso. Há relatos de que ele é chefe de uma quadrilha de pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari, que tem parte do território dentro da cidade de Atalaia do Norte.

Amarildo, a família dele e Jeferson são pescadores na região, e há suspeita de que os assassinatos de Bruno e Dom tenham relação direta com a pesca ilegal, já que o indigenista combatia crimes ligados ao meio ambiente no Vale do Javari.

*G1am/Foto: Divulgação

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