Buscar vestígios nas cenas de crimes com o objetivo de identificar o autor de determinado delito e realizar exames periciais de necropsia para esclarecer as circunstâncias de mortes violentas são algumas das atividades desempenhadas pelos profissionais que atuam na área da perícia.
A área será uma das contempladas com o concurso público anunciado pelo governador Wilson Lima dentro do programa Amazonas Mais Seguro. Para todas as instituições do sistema de segurança do estado, a previsão é que sejam abertas 2,5 mil vagas.
O ramo de trabalho de um perito é tão abrangente que pode alcançar desde a análise da autenticidade de dados digitais de fotos, áudios e vídeos até a checagem de vestígios biológicos como pelos humanos, sangue e sêmen, por exemplo. Por isso, os profissionais devem dominar diversas áreas do conhecimento e campos da ciência para realizar este tipo de trabalho.
Periciar as causas de acidentes, as informações microscópicas contidas em armas e munições, as propriedades químicas de diferentes tipos de entorpecentes, e a origem lícita ou não de recursos da natureza como madeiras, pedras e minérios também são algumas das especializações que podem ser empregadas na área.
A perita Daniela Koshikene, que atua no Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (IC-LSB), ressalta a importância desses profissionais para a solução de diferentes tipos de crimes.
“O perito oficial é extremamente importante para prover a materialidade do crime, além de indicar a dinâmica com a qual o crime ocorreu, os meios, os modos, o que foi utilizado. O que nós conseguimos produzir dentro da investigação criminal é o que é chamado de prova cientifica”, explica a doutora.
Rotina – Estes profissionais, de forma geral, são divididos em três segmentos: os peritos legistas, os odontolegistas e os peritos criminais. Os dois primeiros atuam no Instituto Médico Legal (IML).
Os legistas são responsáveis pela análise necroscópica. Esse exame busca determinar e comprovar a causa da morte de alguém. Além disso, os legistas realizam exames de corpo de delito em pessoas vivas para identificar possíveis ferimentos e agressões físicas.
Já os odontolegistas são acionados, principalmente, nos casos em que há necessidade de identificação humana. Por sua vez, os peritos criminais seguem uma rotina mais complexa, já que existe, neste segmento, uma multiplicidade de profissionais, que atuam em diversos e diferentes ramos da ciência, entre as quais, engenharias, biologia, física e química.
Formação – Para ingressar na carreira pública de perito é necessário realizar concurso. No Amazonas, a polícia científica é gerenciada pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), que coordena o trabalho do Instituto de Criminalística, Instituto Médico Legal e Instituto de Identificação.
A formação superior deve ser relacionada à área de atuação que o perito vai exercer. Dependendo da especialidade, o curso pode ser de ciências humanas, exatas ou biológicas.
Progressão – Os peritos são divididos em quatro classes. Além destas também existe uma categoria especial. Para cada uma das classes há um acréscimo no salário.
A transferência de uma classe para outra, ocorre por meio de tempo de experiência, qualidade na atuação profissional, além de cursos de capacitação feitos pelo perito.
FOTOS: Carlos Soares/Secom