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Prevenção contra a dengue: saiba como funciona e como usar repelentes

Diante da epidemia de dengue que o Brasil vive, é importante conhecer as formas de prevenir a doença. Além dos cuidados para reduzir a proliferação do mosquito transmissor do vírus, o Aedes aegypti, o uso de repelentes é eficaz para prevenir a picada. 

O médico dermatologista e diretor da clínica dermatológica Aepit de Brasília, Gilvan Alves, recomenda que o repelente deve conter substâncias específicas para ser efetivo contra o mosquito da dengue.

“Ao adquirir um repelente, o paciente ou consumidor deve estar muito atento à presença de duas substâncias que tem comprovação científica que funciona, que é a Icaridina e o DEET. Então, se conter uma dessas duas substâncias, tem comprovação científica que o repetente funciona para não permitir a picada do mosquito, tanto da dengue como pernilongo”, explica.

Segundo o dermatologista, o uso de repelentes é indicado a partir dos seis meses de idade.

“Vale a partir dos seis meses de idade. Crianças abaixo de 6 meses não tem comprovação de que ele não irrite a pele dessa criança. Então tem segurança para crianças a partir de 6 meses até idosos de 90 anos. Pode usar esses dois repelentes. Também não tem problema para gestante, mas ela deve evitar aspirar. Então sempre botar uma máscara e aplicar nas áreas de exposta”, ressalta. 

Como aplicar corretamente repelente?

De acordo com Alves, o repelente deve ser reaplicado na pele a cada quatro horas.

“A maioria dos repelentes tem a segurança de 3 a 8 horas. A icaridina tem uma vida mais longa. Então ela pode chegar até 6 horas. Mas como as pessoas podem ficar confusas, repita a cada 4 horas. O repelente pode ser colocado na roupa também e fazer uma área de proteção. Então pode jogar um pouco em roupa e depois por cima o protetor solar. Mas a cada 4 horas repetir o repelente”, explica.

Segundo o dermatologista, não é aconselhável passar repelente no rosto. “A pele da face é um pouco mais sensível. Eu diria que você pode colocar um pouco atrás da orelha no pescoço, mas no rosto não”, diz.

Conforme o médico dermatologista, tanto o repelente no formato spray como creme são eficazes. “Eu daria preferência para usar em cremes porque o creme faz uma camada maior de proteção do que o spray. Mas é claro que o spray também é eficaz”, afirma.

Como se proteger do mosquito da dengue?

A forma mais efetiva de se proteger contra o mosquito da dengue é afastar o foco do Aedes aegypti, como destaca o especialista.

“O principal é você evitar o contato com mosquitos. E para isso tem toda essa campanha de evitar água limpa e parada. Então você fiscalizar a sua casa, fiscalizar o vizinho, denunciar aquele vizinho que está com a piscina com água parada, que não está em uso, que está acumulando pneus no seu quintal, muito lixo. Evitar os locais com mosquito e dedetizar sua casa. Use roupa grossa com magas compridas, de preferência quando estiver andando na rua”, orienta.

Além do uso de repelentes, o médico infectologista Fernando Chagas aconselha também colocar telas nas janelas. “É importante que se limpe o ao redor da casa pelo menos uma vez na semana, lembrando, inclusive, de tapar os ralos, porque os ralos também acabam guardando água. Outra solução também seria você colocar telas nas portas das janelas de casa. E no finalzinho de tarde já fechar tudo para evitar que o mosquito entre nesses horários”, ressalta.

Segundo o infectologista, pessoas que contaminadas com a dengue também devem usar repelentes para afastar o mosquito. “É importante que as pessoas que estejam com dengue também evitem ser picadas, usem repelente e se cubram, porque se você está com dengue e for picado, o mosquito também se contamina e o ciclo de transmissão aumenta ainda mais”, explica.

A engenheira Raquel Lima, de 30 anos, teve dengue no início de fevereiro. Ela conta que tem procurado se prevenir passando repelente.

“E eu moro em apartamento, então não tem área molhada, não tenho plantas, nada disso. Então, eu tenho me prevenido contra a dengue por meio de repelente mesmo. Não tem outra forma de prevenção que eu estou seguindo. E aí depende dos vizinhos. O que eles estão fazendo, se eles estão cuidando das suas plantas, dos seus suas áreas molhadas”, relata.

Casos de Dengue no Brasil

Somente neste ano o Brasil registrou 1.017.278 mil casos prováveis de dengue e 214 mortes pela doença, de acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. Outras 687 mortes estão sob investigação.

Conforme a pasta, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,4%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. Com relação aos homens da mesma idade, o número de notificações é de 89,427, contra 108,921 de mulheres.

As unidades federativas mais afetadas pela epidemia são: Minas Gerais com 352.036 registros, São Paulo (175.902), Distrito Federal (101.772), Paraná (100.492), Rio de Janeiro (79.272) e Goiás (60.460). São estados que já declararam estado de emergência pela dengue.

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