Plantas físicas em papel, pranchetas, e mapas urbanos e arquitetônicos da Prefeitura de Manaus passam a ter guarda e cuidados da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pelo Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama), a partir do termo de doação 001/2022, assinado entre a instituição de ensino e o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).
O termo prevê a doação do acervo de três mapotecas do Implurb, constituídas de documentos em papel do período de 1993 a 2000, uma época anterior à computação gráfica. O material é composto de projetos feitos em pranchetas em papel vegetal, papel manteiga e plantas técnicas.
“Com a doação, o acervo terá a guarda como merece, além de um destino que vai incluir a catalogação dos projetos e sua digitalização para que fique à disposição não só de professores, estudantes e pesquisadores, mas também de quem desejar conhecer mais das obras urbanas de Manaus”, explicou o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade.
O material receberá limpeza e conservação pela Ufam/Nama, catalogação, digitalização e possíveis ações envolvendo exposições e similares, representando significado inestimável para a arquitetura e urbanismo amazonenses.
As plantas e projetos das mapotecas compõem a história do planejamento urbanístico da capital amazonense, da época da extinta Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurb), que deixou de existir em 2006, dando lugar ao Implurb.
“Até o início dos anos 2000, a prefeitura não tinha computadores. Foi a partir deste período que se passou a trabalhar com projetos e desenhos auxiliados por computador, com o CAD”, disse Andrade.
Arquiteto, professor e coordenador do Nama, Marcos Cereto, que assinou o termo de doação pela Ufam, disse que é uma obrigação da universidade pública preservar a cultura e o patrimônio arquitetônico e urbanístico do Estado.
“O Nama tem desenvolvido este trabalho desde 2016, sendo ligado à Faculdade de Tecnologia. É muito importante ter este acervo, porque é uma forma de preservar essa documentação para as futuras gerações poderem conhecer como a cidade foi planejada. É um instrumento não apenas para os alunos de arquitetura da Ufam, mas para todos do Estado”, comentou.
Conforme Cereto, o Nama já tem o acervo do arquiteto Severiano Porto, um dos mais significativos nomes do Amazonas, além do acervo privado do arquiteto José Henriques, que foi ex-presidente do Implurb.