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Prefeitura exibe documentário com história da família Ramos em comemoração ao aniversário de Manaus

Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), exibe ao público, com acesso gratuito, nesta sexta-feira, 1º/10, às 20h30, em frente ao Museu Cidade de Manaus, Centro, o documentário “Sete Notas”, do artista visual Tácio Melo, que narra a história da família Ramos e a sua forte ligação com a música, história e o desenvolvimento cultural e artístico da cidade de Manaus, no período áureo da borracha, entre os anos de 1877 e 1940.

Conforme o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, o evento faz parte do pacote artístico-cultural alusivo às comemorações do aniversário de 352 anos da cidade de Manaus. “Abrimos a agenda de cultura com a exposição indígena e segue agora com a exibição presencial do documentário. A exibição acontece logo após o evento de abertura do Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, tradicional campanha da Prefeitura de Manaus”, destaca.

O documentário “Sete Notas” conta com os depoimentos de Fernando Ramos (neto do português Lourenço Ramos) que decidiu viver em Manaus ao lado de sua mulher e filhos. Parte dessa história será narrada também por Pedro Ramos, que é natural de Lisboa e bisneto de Lourenço Ramos.

“A história da família Ramos é emblemática para a formação multicultural e cosmopolita da cidade de Manaus”, explica o presidente do Concultura, Tenório Telles. O documentário conta ainda com a participação do pesquisador amazonense, Antônio Loureiro, que traça uma linha histórica da vinda dos portugueses para o norte do Brasil, e dos também pesquisadores José Augusto Cardoso, Roger e Ronald Peres, que comentam sobre os principais aspectos culturais da Manaus da Belle Époque.

Resgate

É a primeira vez que o documentário, com duração de 1h15 – com acréscimo de cenas extras – será exibido ao público, após a estreia ocorrida em março, por meio da plataforma digital Vimeo.

“Trabalhar um documentário como o Sete Notas é como colocar, no lugar, um tópico de um capítulo muito importante da cultura no Amazonas, pois trata-se da história de uma família que potencializou o conhecimento, a criatividade, a arte e a cultura no Amazonas há mais de 120 anos. E isso é o que mais me atrai na produção dessa obra, histórias ricas e desconhecidas que merecem ser contadas, apreciadas e reconhecidas pelo público local”, afirma Tácio.

Conforme o diretor, o documentário narra a história da família Ramos – um capítulo desconhecido na sociedade amazonense – formada por sete pessoas, que independentemente de estarem em Manaus, Lisboa ou navegando em alto mar, arrancavam aplausos e sorrisos, levando a magia da arte e da música por onde passavam. É o caso, por exemplo, das exímias musicistas e irmãs, Pátria, Celeste e Ária Ramos.

O documentário aborda a chegada dos portugueses ao Amazonas e seus aspectos culturais; a vinda da família Ramos para Manaus;  relatos sobre como era a  vida da família na capital e as relações diretas com Portugal, incluindo viagens e outras aventuras; o auge da vida financeira na cidade e a atividade artística intensa dos filhos, além de abordar a morte de duas pessoas importantes para a história da família; o fim da passagem dos Ramos em Manaus e o que motivou a sua partida para Portugal, em busca de uma nova vida. 

O fato que desperta curiosidade sobre os Ramos está vinculado à morte da violinista Ária Ramos, filha do português Lourenço Ramos, que na sua juventude escolheu a capital amazonense para morar, mas a verdade é que para, além disso, pouco se sabe sobre Ária e a história da família, de modo geral. E é exatamente inspirado por este ímpeto investigativo que Tácio Melo decidiu mergulhar ainda mais na história e se dedicar na produção do documentário “Sete Notas”, como forma de homenagear a família por sua relevância cultural para a cidade de Manaus.

Por ter marcado época e muitos mistérios estarem associados à história da morte de Ária, ocorrida tragicamente aos 18 anos de idade, até hoje a história da artista é lembrada nos jornais de Manaus, no mês de fevereiro, e a cada década, algum tipo de homenagem é prestada à artista. A primeira delas, talvez, trata-se da estátua esculpida em mármore, em seu túmulo, no cemitério São João Batista, e a última delas, até então, a exposição fotográfica “A Última Canção”, que foi produzida, em 2016, também por Tácio Melo.

 Lei Aldir Blanc

O documentário “Sete Notas” é um projeto contemplado no edital “Conexões Culturais”, da Prefeitura de Manaus, por meio do Concultura e da Manauscult, contemplado pela Lei Aldir Blanc, do governo federal.

“Além do evento comemorativo pelo aniversário de Manaus, a exibição deste documentário é uma forma de prestação de contas dos artistas que foram contemplados pela Lei Aldir Blanc, e mostram ao público o trabalho executado”, observa Tenório.

Segundo o diretor de Sete Notas, o edital Aldir Blanc foi importante por ter viabilizado a centenas de artistas amazonenses a oportunidade de produzir durante a pandemia.

“Percebi que as artes foram as primeiras a serem abaladas e a última a entrar na normalidade, por necessitar de contato direto com o público. Com o retorno dos cinemas, exposições e atividades artísticas, creio que muitos outros artistas estejam se sentindo como eu, com vontade e inspiração para produzir arte”, conta Tácio.

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