A Prefeitura de Manaus obteve, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, a aprovação do projeto de requalificação urbana para o Largo da Ilha de São Vicente, que integra o programa “Nosso Centro”, lançado ano passado pelo prefeito David Almeida. A validade da autorização é de dois anos, dentro do parecer técnico 41/2022.
O trecho aprovado compreende a travessa Carolina, entre as ruas Bernardo Ramos, Visconde de Mauá e a avenida 7 de Setembro, localizadas no Centro da capital, cujos logradouros, lotes e edificações estão inseridos na poligonal de tombamento do centro histórico.
O projeto, elaborado por uma equipe do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), prevê uma via projetada que passará a interligar a 7 de Setembro com a Visconde de Mauá, abrindo o fluxo para ampliar a acessibilidade, mobilidade e segurança na área, além de servir para escoamento de público e trânsito.
Para garantir a harmonia com o conjunto tombado em formas e escalas, assim como manter os valores culturais, a execução vai seguir o padrão de revestimento e calçamento existente, sendo complementado com o uso da pedra São Tomé.
“A execução permitirá acesso a todos os espaços do Largo da Ilha de São Vicente, assim como facilitará a mobilidade até o Mirante, uma vez que as ruas adjacentes não têm dimensões de caixa viária suficiente para dar circulação a veículos de porte, incluindo os de segurança, como o de Bombeiros”, diz trecho do parecer do Iphan-AM.
“A função do bem tombado, do patrimônio que buscamos revitalizar e dar acesso ao maior número de pessoas, como reconhecimento da sua importância e do valor cultural, passa pela acessibilidade universal ao cidadão. Vamos manter o bem acautelado, fazendo marcação dos lotes no piso, dando informação sobre a abertura da via recente, mantendo a uniformidade do espaço. Visualmente, o visitante vai perceber a proteção da área tombada e a nova via, garantindo a todos a harmonia do conjunto”, enfatizou o diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.
A proposta de requalificação prevê ainda rampas e faixas para acessibilidade e instalação de mobiliários, como lixeiras, bancos, iluminação, balizadores, arborização e jardins.
Para criar novos caminhos de acessibilidade, a nova via vai deixar a travessa Carolina exclusivamente para circulação de pedestres, mantendo sua configuração em pedra jacaré e ganhando marcação de via.
“No largo, as pessoas vão caminhar livremente, tendo as sombras das árvores e os novos mobiliários urbanos, com um ponto de chegada e um de partida para veículos desde passeios até ônibus, integrando as três vias. Essa ligação viária é muito importante, em face da aprovação do Iphan, criando o circuito e deixando o largo bem restrito para os pedestres”, disse Cordeiro.
A nova via contemplará o tráfego e trânsito, incluindo serviços de segurança, carga e descarga para o imóvel do Mirante, que terá operações comerciais, de turismo, lazer e gastronomia. Também servirá para o uso do atracadouro existente, que com o projeto ganhará melhorias e requalificação à população.
Edital
O edital para lançamento da licitação do Mirante está sendo finalizado e a obra está prevista para ser entregue em julho de 2023. Trata-se da primeira grande área vertical de entretenimento, lazer, contemplação e negócios às margens do rio Negro, na rua Bernardo Ramos com a avenida 7 de Setembro, no Centro, na Ilha de São Vicente, a ser construída pela prefeitura.
O Mirante tem a proposta de intervenção aprovada junto ao Iphan-AM, identificado a contribuir com “a preservação do conjunto urbano do centro histórico de Manaus ao promover a requalificação do local”. Atualmente, o imóvel se encontra sem uso e descaracterizado, às margens do rio Negro, tendo quatro andares (térreo e mais três).
Reabilitação
A reabilitação do antigo imóvel, onde funcionava a Companhia Energética do Amazonas (Ceam), visa melhorar a qualidade de vida das pessoas, sendo a primeira grande área vertical a ser construída pela Prefeitura de Manaus para atividades de entretenimento, lazer, contemplação e negócios na Ilha de São Vicente.
Como é um grande equipamento urbano, ele foi projetado para abrigar várias ações de cultura, lazer, gastronomia, negócios e muito mais, tendo como fundo a vista do rio Negro. E um dos eixos do “Nosso Centro” é destaque do escopo da intervenção, o “Mais Negócios”.
O prédio vai proporcionar uma vista privilegiada para o rio Negro, num dos pontos mais avançados da Ilha de São Vicente, contemplando espaços para projetos comerciais, como restaurantes, banheiros, lanchonetes e bares, além de área de exposições culturais, apresentações de shows, paisagismo e convivência integrada entre a construção e o ambiente natural.
O edifício terá estrutura coberta, mas com espaços abertos que vão permitir, em vários níveis, a contemplação do rio. A obra vai se integrar ao parque urbano, construindo um grande largo, associado à circulação de vários modais e requalificação de áreas vazias.
O largo que será criado no espaço envolve prédios de interesse de preservação até a rua Bernardo Ramos. Com a reconversão do edifício, o térreo contará com uma grande praça coberta, seguida de um segundo andar para área cultural e central de artesanato. No terceiro pavimento ficará o espaço gastronômico, com três operações de restaurantes, e no quarto o mirante.