A Prefeitura de Manaus entregou, nesta sexta-feira, 19/8, na comunidade Agrovila, 61 certificados de conclusão a alunos de quatro cursos realizados nas comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, zona ribeirinha da cidade, entre os meses de abril e agosto.
Os cursos, organizados pela Escola de Serviço Público e Inclusão Socioeducacional (Espi), da Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Gestão (Semad), por indicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), têm por objetivo capacitar e qualificar pessoas que vivem naquela região que recebe um público expressivo, entre moradores de Manaus e outros pontos da capital e turistas, atraídos pelas belezas naturais da reserva.
O titular da Semad, Ebenezer Bezerra, destacou que oferecer oportunidades de qualificação é orientação do prefeito David Almeida. “O prefeito David Almeida entende que é necessário preparar as comunidades, principalmente as mais distantes da área central de Manaus, para que possam gerar renda, contribuindo para o desenvolvimento do local onde moram. É essa a finalidade dos cursos que oferecemos por meio da Espi”, comentou.
A subsecretária da Semmas, Andréa Cidade, avaliou como positivos os resultados e informou que para 2023, em parceria com a Espi/Semad, outros cursos estão previstos. “Tivemos quatro formações esse ano e, juntamente com a Espi, já estamos preparando outras capacitações para essas comunidades”, garantiu.
Capacitação
A capacitação mais recente, de “Beneficiamento de Sementes, Designer e Produção de Ecojoias”, foi direcionado para Artesãos da Comunidade Agrovila, e teve início na última segunda-feira, 15, com 40 horas de duração. Os participantes tiveram acesso a conteúdos como, conceitos e características de bijuterias, biojoias, ecojoias e semijoias; produção, tecnologia, qualidade e propriedades físicas de sementes, além de aprenderem o manejo dos sistemas de aeração e termometria.
A capacitação também orientou sobre estruturas para armazenagem de sementes, com métodos de secagem, beneficiamento, controle de pragas, técnicas de produção, procedimentos para acabamento, desenho de peças, identidade e marca, embalagem, noções de fotografia e tendências para a biojoia.
A instrutora foi a engenheira florestal e bióloga Rosineide Dias, mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), entre outras qualificações. “Esse curso teve o objetivo de preparar as pessoas para gerarem renda e, o mais importante, trabalhando com a sustentabilidade. Os moradores que participaram da capacitação estão aptos a trabalhar com as sementes, usando a técnica que garante a qualidade delas, sendo atrativas para o mercado”, assegurou.
Cristina Oliveira, de 67 anos, foi uma das alunas do curso de produção de ecojoias. Diagnosticada, no início do ano, com Síndrome de Guillain-Barré, doença em que o sistema imunológico ataca os nervos, fez questão de aprender a produzir peças a partir de sementes, disponíveis na natureza. “Tudo que nós tínhamos eram as ideias, e agora, temos a realidade, que é trabalhar com esse material. Só temos a agradecer essa oportunidade”, afirmou.
Outros cursos
No mês de abril, a Prefeitura de Manaus realizou o primeiro curso de “Associativismo com Gestão de Pessoas” para moradores da Comunidade Agrovila, na RDS Tupé, com o objetivo de contribuir para a preservação e minimização dos impactos ao meio ambiente, além da geração de renda para os moradores daquela área.
O conteúdo programático incluiu conceito, princípios e tipos de associativismo; prática e fortalecimento do associativismo aliado à gestão de pessoas; desenvolvimento local sustentável; autonomia e independência: cooperação entre associações/cooperativas; orientações sobre como se tornar um empreendedor; e os benefícios do associativismo para o empreendedor.
No mês de junho foi a vez dos moradores da Comunidade do Julião participarem da primeira turma da oficina “Práticas de Primeiros Socorros Florestal”. A ação fez parte da área temática “Atenção à Saúde”, contribuindo para que os participantes que atuam como guias comunitários pudessem ter conhecimentos adequados e suficientes para a realização dos procedimentos de primeiros socorros florestal em ambientes de exposição ao perigo, assegurando a vida da vítima.
Dentro da área temática “Comunicação e Linguagem”, a Espi/Semad levou, em julho, para jovens da Comunidade do Julião, o primeiro módulo, do curso “Espanhol Voltado Para o Atendimento”. A formação teve a finalidade de contribuir para que os participantes que atuam como guias comunitários tivessem conhecimentos adequados e suficientes para estabelecer diálogos e prestar informações necessárias a turistas estrangeiros que visitam aquela comunidade.
A diretora de Capacitação da Espi, Jeânia Bezerra, explicou que os cursos foram indicados pela Semmas no Levantamento da Necessidade de Capacitação para 2022, que é feito no final de cada ano, quando todas as secretarias apontam o que precisam.
“Aqui para o Tupé, foram cursos que vêm trazer uma resposta para a comunidade. Tivemos um curso de Espanhol para quem atende turistas. O de ecojoias, importantíssimo porque a comunidade poderá ter o sustento que vem da terra. E isso faz com que o comunitário se sinta útil, valorizado”, apontou a diretora.