A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil Municipal (Sepdec), vinculada à Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), desenvolve plano de ação para minimizar os impactos causados à população ribeirinha da capital com uma possível estiagem severa prevista para este ano. A Defesa Civil de Manaus está em estado de alerta e, desse modo, iniciou o planejamento para uma eventual crise.
Nesta terça-feira, 26/9, o nível do rio Negro atingiu a marca de 16,74 metros, conforme medição feita pelo porto de Manaus. Em 2022, neste mesmo dia, marcava 22,42 metros.
De acordo com o titular da Semseg, Sérgio Fontes, servidores da Sepdec realizaram, na última semana, visita técnica a 37 comunidades, cujos acessos se dão exclusivamente por meio fluvial, tendo em vista a necessidade de se antecipar a um eventual estado de situação de emergência, caso o nível do rio Negro reduza a patamar crítico.
“Caso a vazante continue se comportando da maneira atual, e tudo indica que deve continuar assim, o rio Negro poderá chegar a uma cota abaixo dos 15 metros, ficando em um quadro entre as maiores estiagens históricas da cidade. Em razão disso, estamos buscando auxiliar na execução das ações, principalmente para a prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação”, declarou Fontes.
O secretário da Semseg disse, ainda, que as tratativas com o titular da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Eduardo Lucas, e com o presidente do Fundo Manaus Solidária (FMS), Emerson Castro, estão em andamento, para que possam traçar estratégias com que a ajuda humanitária chegue às famílias afetadas pela estiagem.
Além das secretarias municipais, os trabalhos devem contar com o apoio do governo do Amazonas, por meio da Defesa Civil do Estado, além de órgãos da esfera federal. A última vazante recorde do rio Negro aconteceu em outubro de 2010, quando atingiu a cota de 13,63 metros.
Estiagem
A estiagem na região amazônica, enquanto desastre natural, caracteriza-se, além da falta de precipitações pluviométricas, pela descida das águas dos rios em níveis que inviabilizem a navegação de barcos.
Também tem relação direta com a queda intensificada das reservas hídricas de superfície e de subsuperfície, que traz como consequência a vazante dos rios em função das perdas de volumes de água, prejudicando o ir e vir das famílias, o escoamento de produção e a própria produção de subsistência, com o encarecimento dos alimentos e a dificuldade de obter proteínas por meio de pesca ou caça.
Fotos – Altermar Alcantara / Semseg