Para se adequar a uma tendência mundial, de otimização de espaços, a Prefeitura de Manaus, por intermédio da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), começou a realizar sepultamentos em gavetas, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, Tarumã, zona Oeste da capital amazonense.
Dos 39 sepultamentos realizados entre a última quarta e quinta-feira, dias 4 e 5/10, 18 foram feitos nesse novo formato, de um total de 6 mil gavetas públicas já disponibilizadas nessa primeira etapa do projeto de verticalização de jazigos.
As famílias também têm a opção de realizar a cremação. Esse é outro serviço disponibilizado atualmente pela Semulsp, em parceria com crematório local.
O sepultamento tradicional, com a abertura de cova, continuará sendo feito em outro cemitério público, o de Nossa Senhora da Piedade, localizado na avenida Torquato Tapajós, no Tarumã, ou no cemitério onde as famílias tenham jazigo concedido pelo município, desde que esteja regularizado e dentro do prazo legal – após quatro anos do último sepultamento.
De acordo com o secretário da Semulsp, Sabá Reis, as sepulturas verticais, em gavetas, já são realidade dentro de um cemitério público da cidade. “Realizamos esta semana os primeiros sepultamentos dessa forma, o que já havíamos iniciado no cemitério indígena. Estamos nos adequando e seguindo uma tendência mundial, de otimizar espaços. Estamos conversando com as famílias, que podem optar pelo sepultamento vertical, pela cremação ou pelo sepultamento tradicional”.
Ele explicou ainda que já são limitados os espaços para o sepultamento tradicional, nos seis cemitérios públicos localizados na área urbana da cidade. Por isso, a necessidade da expansão, agora, verticalizada (sepultamentos em gavetas). “Precisamos abrir as possibilidades e pensar no futuro”, frisou.
Está em processo de licitação a construção da próxima etapa dos módulos de sepulturas verticais, também no cemitério Nossa Senhora Aparecida, devendo chegar a um total de 22 mil gavetas. No local, tendas também serão construídas, para que os familiares possam fazer pequenas cerimônias de despedida dos entes queridos.
Menor impacto ambiental
A verticalização de sepulturas, explicou a Semulsp, também ajuda a minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo enterro de corpos, que pode gerar impactos negativos na água, no solo, no ar e ainda potencializar doenças, devido os restos mortais estarem em contato direto com a terra. O que não ocorre nos sepultamentos em gavetas, já que os corpos estão no concreto, sobre a terra.
Sepultamentos indígenas
Os primeiros sepultamentos em gavetas realizados pela Prefeitura de Manaus foram no cemitério indígena “Yane Ambiratá Rendáwa Bara Upé”, que fica dentro do cemitério Nossa Senhora Aparecida. É o campo-santo indígena urbano do Brasil.
Inaugurado em abril do ano passado, o espaço conta com 216 gavetas em cada um dos cinco módulos, totalizando 1.080 espaços. “Estamos entregando esse cemitério indígena, que é o primeiro do Brasil, para que essa memória ancestral possa ser celebrada e cultuada”, afirmou o prefeito David Almeida, na ocasião.
Recadastramento
A Semulsp orienta as famílias que têm jazigos concedidos pela prefeitura a não deixar de fazer o recadastramento a cada quatro anos, conforme estabelece o prazo legal, bem como fazer a manutenção do espaço. Caso contrário, poderá perder o jazigo, já que se trata de uma concessão pública.
Em caso de recadastramento, as famílias devem se dirigir à sede da secretaria de limpeza pública, localizada na avenida Brasil, 1.335, Compensa, zona Oeste. E levar cópias da Certidão de Óbito do ente falecido, bem como a Certidão da Sepultura (DAM), além de documento de identificação do responsável pelo jazido, RG e CPF e comprovante de residência, e Certidão de Casamento, se cônjuge. Mais informações pelo telefone: 98842-1203.
São seis os cemitérios públicos da capital, administrados pela prefeitura: São João Batista, no bairro Nossa Senhora das Graças; Nossa Senhora Aparecida, no Tarumã; Santa Helena, no bairro São Raimundo; São Francisco, no Morro da Liberdade; Nossa Senhora de Piedade, na Torquato Tapajós, e cemitério Santo Alberto, na Colônia Antônio Aleixo.
Fotos – Clóvis Miranda / Semcom