Desde o início da pandemia de covid-19, o franchising brasileiro tem se apresentado como ponto de resiliência no mercado nacional, tendo conquistado um crescimento superior a 48% no segundo semestre de 2021 e contrapondo a retração de setores de destaque como o Agro e a Indústria.
Especialistas do setor de franchising alegam que o principal fator de impulsionamento para a escalada positiva das franquias, tanto em 2021 quanto em 2022, está na adaptabilidade que diversas franqueadoras adotaram neste período, ao reduzir o valor de investimento inicial e o período do ROI (Return Over Investment ou Retorno sobre Investimento, em tradução literal), sem abalar expressivamente a lucratividade média dos franqueados.
Com a expansão desta tendência, criou-se um novo conceito de franchising intitulado “modelo pocket” (modelo bolso, em tradução literal), em referência a opções de livros menores, que os leitores podem carregar no bolso de modo mais prático e facilitado. Esta opção de franquia – assim como a inspiração de seu nome – também possui tamanho reduzido em comparação a lojas tradicionais e tem como principal diferencial a busca por garantir a praticidade através de soluções tecnológicas que criam uma experiência “figital” (física e digital) aos clientes, demanda intensificada após os anos de pandemia. Com estes diferenciais, segundo o estudo realizado pela Associação Brasileira de Franchising – ABF, a procura por franquias no modelo pocket cresceu 36,9% em 2022.
Para Antonio Carlos Viegas, CEO da rede de franquias Moldura Minuto, a valorização do modelo pocket pelos investidores reflete os efeitos da pandemia tanto sobre os interessados no setor de franchising quanto sobre os clientes do varejo nacional. “Desde o início da pandemia de covid-19, nós pudemos perceber uma demanda mais intensa por agilidade. Essa demanda vem tanto por parte dos clientes, que querem ter acesso rápido aos produtos – buscando apoio dos meios digitais para isso – quanto por parte dos investidores, que querem um retorno financeiro mais ágil, além de se eximir de altos riscos. Nesse panorama, o modelo pocket tem sido impactado positivamente por unir a figitalidade a um modus operandi mais veloz”, pontua Viegas.
A fala de Viegas corrobora com os resultados apresentados pelo mercado nacional entre 2021 e 2022, tendo em vista o crescimento do consumo digitalizado em 26,9% e aumento de mais de 10% no número de franquias no modelo pocket no Brasil – segundo a Associação Brasileira de Franchising. Ainda segundo a ABF, nos próximos anos, o mercado brasileiro de franquias deve passar por uma “pocketização”, tendo em vista que 36% das redes que ainda não operam neste formato afirmam ter interesse em desenvolvê-los para se adequar a tendências do panorama atual.