Portal Uno Midias
Notícias Corporativas

PCHs e CGHs podem contribuir com a descarbonização e redução nas tarifas

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) podem contribuir para que o Brasil se torne uma potência mundial na geração de energia limpa, renovável e de baixo custo, além de cada vez mais competitivo.

Isso porque o país tem um potencial para expandir a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente de PCHs em aproximadamente 300%. 

Potencial – Ao todo, são 1.156 processos na ANEEL – sendo 589 pequenas usinas em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), para que o interessado requeira o Licenciamento Ambiental pertinente nos órgãos competentes na ANEEL e outros 455 processos encontram-se em estágio de eixo disponível, que quer dizer aptos para usuários interessados no desenvolvimento de estudos de inventário hidrelétrico. Cerca de 112 PCHs e CGHs estão em construção ou aguardando licenciamento. 

Nos últimos cinco anos 65 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 52 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) – que produzem até 50 megawatts de energia – entraram em operação no Brasil, totalizando 938,81 MW de potência instalada.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Alessandra Torres de Carvalho, as 117 pequenas usinas que entraram em operação geraram um investimento de R$7,9 bilhões em diferentes regiões do país.

“Os investimentos representativos poderiam ser ainda maiores, reduzindo as tarifas e eliminando futuras bandeiras tarifárias”, afirma. A presidente explica que, com um maior investimento em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, fazendo com que o Brasil produza uma energia mais limpa e mais barata.

O que diz o Banco Mundial –Recentemente, o Banco Mundial desaconselhou o plano de ofertar em leilões a geração de energia térmica a gás, prevista pela Lei 14.182/2021, que abriu o capital da Eletrobrás e prevê a construção de térmicas e de um certame para estes projetos a ser realizado já em setembro.

“Os 8 GW adicionais de capacidade de gás não são necessários, mesmo com maior escassez de água”, afirma um estudo do órgão publicado no mês de maio. De acordo com a publicação do Banco Mundial, renunciar aos 8 GW adicionais de capacidade do gás representaria uma economia para o Brasil de 20% em custos do sistema elétrico no cenário convencional, que cairia de R$ 374 bilhões para R$ 250 bilhões, em uma projeção de custos para o ano de 2050.

O Brasil tem apostado no aumento do uso da energia térmica — movida a combustíveis fósseis e que contribui para o aquecimento global—, com o intuito de evitar o desabastecimento energético em cenários de escassez hídrica. No entanto, o estudo defende que os investimentos sejam voltados para a energia renovável onshore e offshore.

“A geração de energia proveniente de pequenas usinas pode contribuir estrategicamente com a industrialização do país e o acesso a uma energia mais firme e mais barata”, incita o documento.

O custo de investir em energias renováveis sairia apenas 2,5% maior do que o gasto no cenário convencional sob estresse hídrico: R$ 442 bilhões contra R$ 431 bilhões, de acordo com modelos matemáticos do estudo, que soma custos de investimento, geração, transmissão e operação e também de déficit.

Intitulado Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil, o estudo compõe uma série inédita do Banco Mundial com diagnósticos e recomendações sobre a transição para uma economia de baixo carbono.

O documento enfatiza que o Brasil deve aproveitar o que chama de “condições excepcionais do país” para descarbonizar o sistema energético, o que apoiaria a descarbonização de outros setores da economia, elevando a competitividade brasileira.

Em um diagnóstico amplo, o relatório traz apontamentos sobre os setores de energia, indústria, transporte e agricultura e também para o combate ao desmatamento.

“Abastecer o mercado interno de eletricidade com uma combinação de hidrelétricas, eólicas, solares, de térmicas “limpas” (biomassa, biogás, resíduos sólidos) e com apenas uma pequena quantidade de térmicas a gás natural flexíveis (no limite da necessidade para reforçar a segurança do abastecimento) – complementado pela necessária desativação das térmicas fósseis, caras e poluentes – seria uma solução muito mais vantajosa para atender a demanda do SEB, por um terço do custo final e com redução das emissões em mais de 90%”, diz o documento.

Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país.

Energia mais limpa e mais barata

Nos últimos 10 anos, com resultado final dos leilões A-5, A-6, Leilões de Reserva e Leilões de Fontes Alternativas, o montante contratado de fontes intermitentes como eólica e solar giram em torno de 10.000 MW, enquanto a de Pequenas Centrais Hidrelétricas oscilou em torno de apenas 1.000 MW contratados.

“Isso tem se dado em razão de que as contratações levaram em consideração o menor preço de venda da fonte no leilão, sem considerar custos adicionais desses empreendimentos ditos mais baratos, o que na realidade, demonstra que o menor preço de leilão não é o menor preço para o consumidor final”, alerta o vice-presidente da Abrapch, Ademar Cury.

Um ponto importante a ser considerado é que os empreendimentos de geração hídrica de pequeno porte não necessitam de construção de linhas robustas pagas pelos consumidores. Os empreendedores, neste caso, constroem e custeiam suas próprias linhas de transmissão, não imputando custos extras aos consumidores, com a grande maioria das usinas localizadas próximas aos centros de consumo. Isso ajuda muito a trazer estabilidade aos sistemas de conexão com sua energia firme, além de entregar serviços ancilares importantes ao Sistema.

Outro fator positivo das PCHs e CGhs é a geração próxima à carga – o que reduz perdas e com menores investimentos em transmissão-, tecnologia 100% nacional, geração de empregos e capacidade de regularização das vazões dos rios.

CONTEÚDOS PATROCINADOS

RELACIONADOS

Expansão além do e-commerce: como diferenciar estratégias para os varejistas?

DINO

“A Segurança de Energia Global Depende da Estabilidade Geopolítica” Ministro de Negócios Estrangeiros Saudita diz no WEC23w

DINO

GIGA Carbon Neutrality firma parceria estratégica com a Carbon Trade eXchange

DINO