No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado em 17 de agosto, desde 1998, a Prefeitura de Manaus comemora a data, sendo uma das sete capitais brasileiras a ter projetos de reabilitação promovida nos seus centro histórico e centro antigo, reafirmando sua política de estímulo ao patrimônio edificado e especialmente ao cultural, que é a identidade do povo, sua memória e sua evolução.
A data foi criada em lembrança ao historiador e jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, como defensor do Patrimônio Cultural Brasileiro, quando foi presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de 1937 a 1967. Este período ficou conhecido como fase heróica, refletindo a importância do trabalho realizado.
A gerente de Patrimônio Histórico (GPH), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), arquiteta e urbanista Melissa Toledo, cita que comemorar o patrimônio cultural é um dia que se tira para reflexão e para comemoração da preservação.
“Mas o que é o patrimônio cultural? O patrimônio cultural é dividido em duas categorias, o patrimônio cultural material e imaterial. Dentro do patrimônio cultural material, nós temos o patrimônio artístico, o arquivismo, o arqueológico e o arquitetônico, que é o patrimônio cultural edificado e urbano. E comemorar o patrimônio cultural, principalmente nesse momento do programa ‘Nosso Centro’, e com a inserção da educação patrimonial do ‘Vivendo Nosso Centro’, é comemorar mais uma conquista que a cidade de Manaus vai receber em dezembro, com a entrega das obras”, lembrou Melissa.
A data serve para lembrar a trajetória de Manaus e do seu patrimônio, cujo centro histórico é tombado pelo Iphan desde 2012 em sua “porção urbana formada por edificações do período áureo mesclada a edifícios modernos”, numa representatividade da fase econômica ímpar do Brasil, que foi o período da borracha.
A valoração do patrimônio edificado das cidades, no caso de Manaus, tem a memória visível e protegida por lei, por exemplo, como pelo decreto municipal 7.176/2004, que estabelece o setor especial das Unidades de Interesse de Preservação localizado no centro antigo de Manaus, listando imóveis, área portuária e praças públicas.
“É comemorar a trajetória de Manaus, da consciência no sentido urbano, arquitetônico e arqueológico, que a gente tanto trabalha por meio dos órgãos públicos federais, estaduais e do município, que tem o decreto 7.176. E nosso papel, no GPH, na Diretoria de Planejamento Urbano (DPLA) e do Implurb, é justamente de conciliar esse patrimônio cultural e material arquitetônico, edificado e urbano, porque tem o Estatuto das Cidades, com suas competências, e o município é responsável pelo sítio histórico e com todos os contextos materializados, enquanto competência e atribuição de um instituto municipal de planejamento urbano”, afirmou Melissa.
Com o “Nosso Centro”, a gestão do prefeito David Almeida tem realizado investimentos na região central, tendo avançado com as obras do Complexo de São Vicente – mirante Lúcia Almeida, casarão Thiago de Mello e o próprio largo de São Vicente. Também há o projeto aprovado e pronto para licitar do casarão de São Vicente.
A intervenção, cujo projeto é assinado pelo Implurb, tem previsão de inauguração em dezembro e fica localizada em área de tombamento federal, na vizinhança de outros edifícios históricos como o centro cultural Óscar Ramos, Museu da Cidade de Manaus (Muma), praça Dom Pedro II, Casarão da Inovação Cassina, Palácio Rio Branco, dentre outros.
Fotos – João Viana / Semcom