Moradores do Nova Cidade, na Zona Norte de Manaus, fizeram um protesto, na tarde deste sábado (7), contra a soltura de papagaios em um campo do bairro, chamado Buracão. Eles pedem que a área seja revestida para serviços da comunidade.
Nessa semana, um entregador de farmácia, de aproximadamente 20 anos, morreu após ser atingido por uma linha de cerol, na Zona Leste da capital. Ele estava em uma moto e foi ferido no pescoço.
O aposentado Zenivaldo Silva, de 63 anos, disse que a atividade acontece aos fins de semana e coloca em risco moradores do local. Segundo ele, os praticantes chegam a invadir a casa das pessoas em busca das pipas que caem nos terrenos do bairro.
“Sábado e domingo, pela tarde, ninguém pode passar aqui. Nem com moto, carro, com as crianças. É perigoso. E se você reclamar, eles te enfrentam. Você fica com medo. Queremos que as autoridades investiguem de onde vem essas pessoas e ajudem a gente”.
Moradora do bairro há 16 anos, a professora aposentada Jane Felipe também reclama. Ela fala que a atividade já causou prejuízos na casa dela e que um simples final de tarde em frente ao local é algo irreal.
“Já percebemos que essas pessoas que vem de outro bairro e causam prejuízos, sabe. Moro em frente a um transformador e volta e meia ele queima porque os fios dos papagaios engatam nele. Não posso nem sentar na porta de casa. Quando a gente reclama, eles falam que a rua é publica. Ai eu falo: ‘então soltem na frente das casas de vocês’. Mas eles são ignorantes”, falou.
Os moradores assinaram um abaixo-assinado que deve ser encaminhado aos vereadores de Manaus, pedindo uma destinação à área. Eles alegam que alguns grupos, como, o de praticantes de zumba, ou futebol com crianças, não consegue realizar as atividades sem o risco dos papagaios.
Alguns também falaram que a prática já causou diversos danos à rede elétrica, como, a interrupção do serviço. “Há perda de energia. Um horário desses, num calor danado, a gente dentro de casa, na hora do descanso, fica sem luz porque as linhas cortam os fios. É um absurdo. E também tem o prejuízo para a empresa, que tem que vir duas, três vezes ao dia. Fora os diversos acidentes ocasionados pelos papagaios”, disse o socorrista Denison Vilar, que mora na área há 18 anos.
Além disso, alguns moradores, que preferiram o anonimato com medo de represália, contaram que a atividade também é usada para a venda e consumo de entorpecentes.
*Com informações de https://g1.globo.com/am /Foto: Matheus Castro/G1