Para executar a mais ampla, sustentável e multifocal revitalização no centro histórico da capital, dentro do programa de crescimento econômico e social “Mais Manaus”, lançado pelo prefeito David Almeida, neste mês, a Prefeitura de Manaus tem um plano com 38 ações programadas para os próximos quatro anos de gestão no “Nosso Centro”, um masterplan que detalha especificidades do ambiente, arquitetura, cultura e história.
Nos próximos dois anos, Manaus se transformará em um imenso canteiro de obras, com investimentos superiores a R$ 1,2 bilhão no “Mais Manaus”. O pacote tem como objetivo modernizar a capital amazonense, além de gerar quase 60 mil vagas de empregos, direta e indiretamente.
Nas 38 ações de revitalização para o “Nosso Centro” estão programadas intervenções desde melhorias de mobilidade em logradouros públicos, as “Calçadas Mais Ativas”; requalificação e reforma de quatro praças; reabilitação do antigo Museu do Porto; equipar e colocar em operação o Centro de Arqueologia de Manaus (CAM); ampliação do Café Teatro, como polo atrativo para turistas, artistas e público em geral; e revitalização das feiras da área da Manaus Moderna, assim como do espaço da orla, adequando a avenida Beira-Mar.
Os trabalhos são concentrados na Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus, criada pelo decreto 5.034, que atua na definição de pontos de intervenção para o plano. O “Nosso Centro” tem três grandes eixos, “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História”.
A comissão tem coordenação do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), contando com diretores, gestores e técnicos com expertise no tema, da Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
Intervenções
Ainda estão na lista de intervenções a requalificação de diversas vias para priorizar a mobilidade ativa, com resgate de elementos originais de pavimentação de calçadas e das ruas, arborização, acessibilidade, urbanismo tático, iluminação e incentivo à “caminhabilidade”. Entre as ruas e avenidas estão a Getúlio Vargas, Visconde de Mauá, Tamandaré, 7 de Setembro, Henrique Martins e Monteiro de Souza.
Na área de negócios, as ações têm programada uma série de projetos e inovações, com destaque para implementação de incubadoras e aceleradoras de startups e laboratórios; criação do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Município de Manaus; e incentivo a estacionamentos e edifícios-garagem para atender demanda de futuros empreendimentos habitacionais e novos negócios.
São cinco etapas de execução com foco nos eixos comerciais, uso residencial, equipamentos comunitários, edificações, parques e praças.
“O prefeito David Almeida anunciou o Mais Manaus, dentro do programa de crescimento econômico e social com recursos de mais de R$ 1,2 bilhão. O Implurb tem participação muito ativa e técnica nos trabalhos, contribuindo com muitos projetos, notadamente os da primeira etapa do Nosso Centro, que envolve o eixo da Ilha de São Vicente, que vai desde a praça da Matriz até o final da 7 de Setembro, onde funciona a Capitania dos Portos. Todo esse eixo será revitalizado nos próximos dois anos, conforme definido pela programação”, explicou o diretor-presidente do instituto, engenheiro Carlos Valente.
Para o engenheiro, a equipe montou uma operação para desenvolver projetos conceituais, sustentáveis e criativos para eixos e setores importantes da capital, indo do Centro até o porto da Ceasa, no início da BR-319.
Ações conjuntas
O vice-presidente da autarquia, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade, lembra que o programa deixa de ter ações de forma isolada e passa a ter um conjunto integrado.
“É um trabalho desafiador, estabelecido no prazo de 24 meses para se concretizar, para que se possa obter êxito. Nosso objetivo é que as obras e ações saiam do papel e algumas até da cabeça e virem realidade”.
A estratégia é de articular intervenções e fazer links entre as ações, com sinergia e interação entre projetos, secretarias e esferas de poder.
“É diferente de lançar uma ação isolada. O ‘Mais Vida’, ‘Mais Negócios’ e ‘Mais História’ tem o objetivo de resgate, de levar mais vida para o ambiente de negócios com novos padrões, para ter economia sendo gerada nos espaços, e manter a história do bairro, da Amazônia, do ambiente e sua importância. Os três eixos foram muito felizes porque amarram todos os princípios que entendemos serem primordiais para a elaboração e criação de projetos de arquitetura”, comenta Claudemir.
Nosso Centro
O amplo diagnóstico foi feito para o Plano Diretor do Centro, resultado direto das políticas urbanas da Prefeitura de Manaus, sendo parte da primeira fase do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental de Manaus (Prourbis), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Foi a partir deste estudo analítico (físico, histórico, territorial e socioeconômico), sobre informações relevantes e de qualidade das questões urbanas, ambientais, sociais e de serviços para novas abordagens na área, que foi construída parte das ações para os quatro anos de gestão David Almeida.
“O diagnóstico tem diversas nuances para levar vitalidade necessária, como a questão habitacional no Centro para todas as rendas. Hoje, o Centro só funciona de 8h às 19h, e depois toda a infraestrutura, que é uma das melhores da cidade, fica ociosa. A habitação, novos negócios e cultura vão dar ao ambiente mais circulação de pessoas, assim com o uso misto de unidades para serviços e comércios”, explica o arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, diretor de Planejamento Urbano (Implurb).
O “Nosso Centro” tem cinco etapas desde a Ilha de São Vicente até a feira da Manaus Moderna. Foi construído durante cinco meses pela comissão técnica, resultando nas 38 ações para revitalização.
“É um projeto totalmente diferenciado, baseado nas melhores práticas urbanas e sustentáveis, com diversas técnicas de implantação para mobilidade ativa, caminhabilidade, ciclomobilidade e fachadas ativas. As pessoas que se deslocam a pé ou de bicicleta conseguem aproveitar muito mais a cidade”, disse.