No Amazonas, a cheia dos rios provocou perdas estimadas em, pelo menos, R$ 206 milhões para produtores agrícolas. Um levantamento do governo aponta que 17.699 mil famílias do interior tiveram suas produções afetadas.
Os dados são do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), com levantamento até 10 de junho. O G1 solicitou dados do mês de julho, e aguarda a atualização.
Em Coari, o produtor rural e professor Elizanias Tikuna, da Aldeia Indígena de São Sebastião da Liberdade, conta que ainda não conseguiu retomar as produções perdidas por conta da cheia.
“Perdemos tudo o que plantamos quando o rio encheu e, agora, ainda está ruim porque a terra ainda não está boa para plantar. A gente sobrevive da banana, macaxeira e perdendo esses produtos, fica difícil”, contou.
Elizanias ressalta que o valor que conseguia com as produções ajudava na renda para sustentar a família, que conta com a esposa e três filhas. “Eu também trabalho como professor na aldeia indígena em que vivemos, mas as vendas dos produtos ajudava na renda em casa”, concluiu.
De acordo com o Idam, o levantamento de junho aponta que entre as produções mais afetadas estão: banana (R$ 66,6 milhões), mandioca (R$31,1 milhões), hortaliças (R$ 29,5 milhões) e o mamão (R$ 24,2 milhões).
A pesquisa engloba os municípios de Atalaia do Norte e Benjamin Constant (Alto Solimões); Fonte Boa e Tefé (Médio Solimões); Anori , Careiro da Várzea e Manacapuru (Solimões); Boca do Acre, Pauini, Lábrea e Canutama (Purus); Guajará, Ipixuna, Envira, Eirunepé, Itamarati, Juruá e Carauari (Juruá); Humaitá, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã (Rio Madeira), Itacoatiara (Médio Amazonas); Nhamundá e Urucará (Baixo Amazonas).
De acordo com o Idam, houve intensificação das ações de crédito rural nos 62 municípios do Amazonas. De janeiro a junho deste ano, o governo do Estado investiu R$ 9,2 milhões em crédito rural para o setor primário.
Além disso, o órgão distribuiu 42,8 toneladas de sementes de diferentes tipos de hortaliças, frutas e grãos para produtores agrícolas.
Cheia em Manaus
Em 2021, Manaus teve a maior cheia da história desde o início dos registros, em 1902, com o Rio Negro chegando a marca de 30,02 metros. Em todo o Amazonas, 58 dos 62 municípios do Estado registraram prejuízos causados pela cheia.
Atualmente, com o início da vazante, o Rio Negro marca 28,78 metros, segundo dados do Porto de Manaus.
*Com informações de https://g1.globo.com/am/amazonas