Muito além de manter viva a tradição do Festival Folclórico, a Live Parintins 2021, realizada pelos bois Caprichoso e Garantido a partir das 20h30, deste sábado (26/06), tem como objetivo movimentar a economia do município e gerar renda para trabalhadores dos bumbás que vivem do Festival – que não acontecerá pelo segundo ano consecutivo, em razão da pandemia de Covid-19. A festa, que acontece há mais de 50 anos, é o principal motor da economia parintinense.
“O Festival Folclórico de Parintins é importante para a economia do município, para a geração de trabalho, geração de renda e, também, impulsiona a carreira de muitos profissionais, de muitos artistas, para que eles possam, a partir de Parintins, estar atuando em outros estados e até em outros países”, destacou o titular da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.
De acordo com ele, os números referentes à última edição do Festival, antes da pandemia, comprovam a importância da festa para impulsionar a economia local.
“Nós temos números expressivos do ano de 2019, com mais de 60 mil pessoas vindo ao município, movimentando realmente a economia de forma expressiva. Então, com essa preocupação, a gente dá esse apoio, esse auxílio para que essa live se realize e, dessa forma, a gente consiga manter essa chama acesa e a expectativa para quem sabe, no próximo ano, a gente fazer o maior festival de todos os tempos”, concluiu o secretário.
A live será transmitida a partir das 20h30 de amanhã (26/06), pela TV A Crítica, no canal 4 da TV aberta. Além do Governo do Amazonas, as apresentações contam com o apoio da Coca-Cola Brasil, que tem contribuído com os eventos culturais do Estado, com o objetivo de gerar renda para trabalhadores envolvidos no evento, principal propulsor econômico da cidade.
Recuperação da economia – O figurinista e ex-pajé do Caprichoso, Waldir Santana, confecciona indumentárias para o Touro Negro e comenta que a pandemia prejudicou o município, tanto em relação à saúde, quanto à renda dos trabalhadores.
“Quando esse vírus chegou aqui em Parintins, que nós tivemos a certeza que não íamos mais ter festival, foi devastador para todos nós, para todas as famílias, não só para os artistas que estão trabalhando, como para quem vende o seu peixe frito, o seu churrasquinho, o sanduíche e as coisas mais do comércio. A gente não podia mais sair, a gente ficava com medo das coisas, e ver amigos nossos partindo, amigos do trabalho, foi terrível. Graças a Deus está passando, estamos sendo vacinados”, disse, emocionado, Waldir Santana.
Artista plástico há mais de 25 anos, Madson Rodrigues, que está confeccionando alegorias para a apresentação do Garantido na live, reforça a importância do evento.
“A gente está vivendo esse momento, é muito difícil para todo mundo, nós temos que procurar um outro meio de trazemos o nosso alimento, manter nossa família. Essa live veio num momento bom para todos nós aqui. A gente vive, ainda, um momento difícil, então isso veio em uma hora boa para a gente, para todos nós que estamos trabalhando aqui”, observou.
Os presidentes dos bois ressaltam que a apresentação vem para suprir a necessidade de trabalho dos artistas parintinenses. “Essa live vem num momento em que os artistas passam por uma dificuldade muito grande, são dois anos sem Festival de Parintins e isso é algo que atrapalha muito, porque os artistas dependem disso. Graças a Deus essa live veio num momento de muita esperança para a gente”, afirmou Jender Lobato, presidente do Caprichoso.
“Muito importante, porque dois anos sem Festival é muita coisa para uma cidade que vive de cultura. E a cultura aqui é o maior empregador que nós temos hoje. Dois anos é muita coisa. Todo mundo vê a alegria das pessoas trabalhando, sabendo que vai ter uma renda, não resolve todos os problemas, mas ameniza bastante e isso é muito importante”, acrescentou o presidente do Garantido, Antônio Andrade.
FOTOS: Michael Dantas/Cultura