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Lavanderias do sistema prisional do Amazonas promovem ocupação e ressocialização aos internos

As lavanderias instaladas dentro das unidades prisionais do Amazonas promovem ocupação e ressocialização aos reeducandos inseridos no programa “Trabalhando a Liberdade”, implantado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Em cada lavanderia prisional da capital e de Itacoatiara há uma média de cinco internos trabalhadores, que lavam cerca de 4.000 peças diariamente, entre calças, camisas, toalhas, lençóis e outros.

Para a lavagem de toda essa rouparia são utilizados, por dia, em torno de 57 quilos de sabão em pó, 26 litros de água sanitária, além de sacos e amaciantes. Todos os dias, acompanhados de um encarregado, as equipes fazem o recolhimento das roupas sujas, cela por cela, sem contato com outros presos. As peças passam pelo raio-X para averiguação de objetos escondidos. Na lavanderia, eles também são responsáveis pelo controle de entrada e saída das roupas.

O titular da Seap, coronel Vinícius Almeida, enfatiza que ações práticas foram adotadas para melhoria no uso dos uniformes. “Uma das ações que adotamos foi utilizar a arte da serigrafia para gravar o número de matrícula de cada interno em seus uniformes. Assim evitamos antigas reclamações de perdas ou trocas das roupas na hora da lavagem”, pontuou Almeida.

A linha de produção promove trabalho em equipe. As roupas passam pelas etapas de lavagem, centrifugação, secagem, dobragem e, no caso dos uniformes dos reeducandos trabalhadores, passamento. Também faz parte da equipe de trabalho das lavanderias um interno capacitado em Corte e Costura para fazer reparos e pequenos consertos quando necessário.

“É como uma linha de produção, a gente recolhe as roupas pela parte da manhã, identifica, confere e lava. Aquelas que estiverem danificadas são costuradas, quando não é feita a troca. E, por volta das 15h, a gente vai entregar novamente nas celas. E os internos vão se revezando nas etapas de trabalho como uma equipe coesa e alinhada”, disse o encarregado da lavanderia do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Ricardo Pires.

Melhorias – A maioria das lavanderias passou por reformas, ampliações na estrutura e recebeu novo maquinário, composto de lavadoras, centrífugas, secadoras, mesas industriais ou máquinas de passar roupa.

O apoio e cogestão das empresas Reviver Administração Prisional Privada, RH Multi, New Life Gestão Prisional na manutenção, estruturação dos ambientes, bem como na aquisição de equipamentos vem tornando possível cada projeto idealizado pela Seap.

Jornada de trabalho e estudo – Parte dos 35 custodiados trabalhando nas lavanderias é remunerada. Além disso, muitos deles conciliam o trabalho com o estudo no Ensino Superior a Distância. É o caso de Reinaldo (nome fictício), interno do Ipat que cursa Pedagogia, pela Universidade Paulista (Unip), após o trabalho.

“Eu trabalho aqui há dois meses e ajudo na costura e na dobra das roupas. Dia de quinta, no período da tarde, eu faço faculdade. Estou no segundo período de Pedagogia com a bolsa que eu ganhei pelo Prouni. A minha família até se admira quando eu conto, porque antigamente não tinha isso na cadeia. Agora esse sistema está me proporcionando essa mudança de vida”, declara o reeducando.

FOTOS: Divulgação/Seap

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