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Cotidiano

Irmãos que se perderam na mata recebem alta após 20 dias de internação em Manaus

Meninos de 9 e 6 anos ficaram 27 dias perdidos em área de mata

Após ficarem 20 dias internados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Oeste (HPSC-ZO), os irmãos Gleiçon Carvalho Ferreira, de 9 anos, e Glauco Carvalho Ferreira, 7, receberam alta da unidade de saúde nesta quarta-feira (06/04), às 10h. As crianças deram entrada na unidade no dia 17 de março, após ficarem 27 dias perdidos na floresta em Manicoré (a 332 quilômetros da capital).

Após a transferência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), as crianças foram acompanhadas por equipe multidisciplinar durante todo o período em que permaneceram na unidade. De acordo com boletim médico, eles apresentaram condições clínicas para a alta hospitalar na terça-feira (05/04).

Ao reconhecer a dedicação da equipe de profissionais responsável por cuidar das crianças, o titular da SES-AM, Anoar Samad, ressaltou também o mérito dos próprios pacientes na recuperação.

“Quero agradecer aos médicos, profissionais de enfermagem, técnicos, nutricionistas, a todos que acompanharam essas crianças. Na verdade, a luta foi deles, o sucesso deve ser atribuído a eles. Chegou o dia da alta, e eles estão muito bem. É uma emoção muito grande para todos nós. Uma história que torcemos e nos esforçamos muito para ter esse final feliz”, enfatizou Samad.

Recuperação de peso – O pediatra Eugênio Tavares, médico responsável pelo acompanhamento dos irmãos, destacou que o quadro de desnutrição vem sendo revertido.

O caçula, Glauco, foi internado com 12kg e saiu com 18,7kg. Já o irmão mais velho, Gleiçon, pesava 18kg quando deu entrada na unidade de saúde, e nesta quarta-feira deixou o hospital pesando 26kg.

“A dieta que a gente faz para eles é especial, diferente da nossa. São alimentos que já são semiprocessados, não em relação a conservantes, mas sim quebrados em partes menores para facilitar a absorção. Com isso eles conseguiram recuperar peso mais rapidamente”, detalhou o pediatra.

O médico informou que Glauco teve apresentou um quadro de insuficiência renal, mas já se recuperou; e que as infecções foram curadas e as lesões de pele estão em fase de cicatrização.

Acompanhamento – As crianças devem retornar para a comunidade indígena Palmeira, em Manicoré, onde moram, na próxima terça-feira (12/04). Após deixarem o HPS infantil da zona oeste nesta quarta (06/040, os dois foram com os pais para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), coordenada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Manaus, que é vinculado ao Ministério da Saúde.

“No local onde eles moram, eles têm acompanhamento da equipe médica, de enfermagem e odontológica. Eles serão acompanhados normalmente por essa equipe de atenção básica. Agradeço, em nome do Governo Federal, todos os esforços envidados pela Secretaria de Estado, desde a chegada dessas crianças trazidas pela equipe do DSEI, disponibilizando forças para que elas pudessem vir a Manaus”, disse Januário Neto, coordenador do DSEI Manaus.

FOTOS: Arthur Castro/Secom

RELEMBRE

Desaparecidos desde 8 dia 18 de fevereiro, na floresta na região de Manicoré, distante 390 quilômetros de Manaus, os dois irmãos de 6 e 8 anos foram encontrados vivos. Um homem estava cortando madeira na mata quando avistou os irmãos, que foram levados de barco à sede do município na noite desta terça-feira (15). As informações são do G1.

Os meninos desapareceram há exatos 26 dias, quando foram caçar pássaros na mata e não retornaram. As buscas por eles foram encerradas pelo Corpo de Bombeiros, mas indígenas de aldeias que ficam em Capanã Grande, uma área indígena de Manicoré, continuaram a procurar pelas crianças na região.

O secretário de Saúde do Amazonas, médico Anoar Samad, informou que as orientações estão sendo transmitidas aos médicos de Manicoré que devem receber as crianças. Os irmãos devem ser transferidos para Manaus nesta quarta-feira (16).

A Secretaria de Segurança Pública confirmou em nota que as crianças foram localizadas. Ainda não há mais detalhes sobre a ocorrência. A Secretaria de Estado de Saúde informou que está de prontidão para proceder com a remoção aérea para Manaus, caso seja recomendado.

Na época do desaparecimento dos meninos, segundo a Polícia Militar da cidade, várias pessoas fizeram parte das buscas após alguns dias do sumiço.

Ao menos dois grupos grandes foram montados e o raio de procura chegou a ser ampliado para, aproximadamente, 15 quilômetros na mata.

O Corpo de Bombeiros informou que a equipe de buscas foi montada no domingo (20), dois dias após o desaparecimento.

Além dos policiais, bombeiros e populares, profissionais da Fundação Nacional do Índio (Funai) também fizeram parte das buscas.

O tenente Anderson, comandante da PM em Manicoré, chegou a informar que os irmãos estariam aparentemente sem roupas e sem nenhum tipo de ajuda na floresta.

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