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Integrantes de Caprichoso e Garantido contam trajetória nos bumbás

No começo eles brincavam de boi-bumbá, as lembranças de infância trazem o som do tambor e o calor da galera. Agora, eles assumem funções e se dedicam com amor aos bois Caprichoso e Garantido, que voltam a se enfrentar na arena do Bumbódromo, de 24 a 26 de junho, no 55º Festival Folclórico de Parintins.  

Entre as histórias de curumins e cunhantãs apaixonados pelos bumbás da Ilha Tupinambarana, do lado Caprichoso, as estudantes Rafaela Medeiros, 27, e Vitória Mascarenhas, 23, contam sua experiência na Marujada. Já o boi Garantido destaca a trajetória dos estudantes Gustavo Zaguri, 14, e Júlia Santos, 21, na Batucada.

Rafaela aprendeu a andar no ritmo do boi. Ela relata que a família é uma das fundadoras da Associação Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso e do Movimento Marujada.  

“Em 2006, aos 11 anos, passei a ser ritmista da Marujada de Guerra e permaneci até o ano de 2013. Hoje sou item 19”, declara a torcedora azul e branco.  

Ao citar o melhor momento ao lado do touro negro, Rafaela lembra uma noite chuvosa do Festival, em 2015, quando junto da galera, foi campeã.  

“A chuva foi passando e a apresentação ficando cada vez mais linda. Quando vi, estávamos todos nós, brincantes, pulando nas poças d’água que se formaram na arquibancada, gritando ‘é campeão!’”, conta.

Gustavo diz que tem pais caprichosos mas, por influência do avô, José Bonifácio, o Zezinho Aranha, um dos fundadores do Movimento Amigos do Garantido (MAG), iniciou na Batucada do Garantido aos 4 anos.  

“Eu lembro quando eu fui escolhido para homenagear o Israel Paulain, fizeram uma indumentária igual a dele, subi ao palco de surpresa enquanto ele estava fazendo uma apresentação. Entrei tocando e o representando quando criança na batucada”, recorda o adolescente.

O momento mais significativo vestindo as cores vermelho e branco aconteceu em 2018.  

“O ano mais marcante, quando entrei pela primeira vez no Bumbódromo, como integrante da batucada, onde permaneço até hoje”, afirma ele.  

Continuidade 

A influência da família é clara para a longevidade da cultura parintinense. Para a jovem marujeira Vitória, a irmã e a mãe, a jornalista Marilza Mascarenhas, foram determinantes na caminhada que começou aos oitos anos, na Marujada.

“Quero passar para as minhas primas mais novas, futuramente para os meus filhos, levar para o bar do boizinho, para Parintins. Eu tenho muita vontade de passar para frente essa cultura que eu espero que nunca se apague”, diz Vitória.

Participando da Batucada desde os 13 anos, com os pais, Júlia se emociona com as crianças que se apaixonam pelo Garantido e diz que influencia seu sobrinho, antes mesmo do nascimento.  

“Eu fico emocionada de imaginar um batuqueirinho ou uma batuqueirinha correndo pelos ensaios. Não gostar de boi não vai ser uma opção”, diverte-se. “É lindo vê-los se apaixonando mesmo tão pequenos. Eu já tento influenciar, desde sempre, meu sobrinho já tem seu baby boi Garantido e sua primeira camisa do boi. E ele ainda nem nasceu”, finaliza.

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