Meio Ambiente

Incêndios florestais afetam qualidade do ar no Norte do país; saiba como proteger as crianças

Lugar de criança é brincando na rua, certo? Depende! Em dias de muita fumaça e poluição causada por queimadas e o tempo seco, é melhor abrir uma exceção. Diante do cenário enfrentado pela região Norte do país, o mais indicado é passar mais tempo dentro de casa para evitar a inalação da fumaça. É o que alerta a consultora de Emergência, Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Neideana Ribeiro.

“As crianças precisam de espaço para brincar, mas nesses dias assim é melhor evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar a melhoria da qualidade do ar para que a criança tenha a possibilidade de sair e brincar fora. Um outro ponto que a gente orienta é manter sempre um espaço, que podemos chamar de espaço limpo, que pode ser uma sala, pode ser um quarto, que fique com as janelas e portas fechadas, um ambiente sem exposição de fumaça.”

A consultora do Unicef orienta manter sempre um espaço da casa “limpo”, ou seja, um cômodo com janelas e portas fechadas o tempo inteiro. “Também temos que pensar nas crianças que já têm dificuldades respiratórias, como asma. É preciso sempre ter atenção se há medicamentos em casa, para não precisar sair quando a qualidade do ar estiver muito insalubre”, alerta. 

Saiba como proteger as crianças da fumaça 

Situação crítica

Todas as 62 cidades no Amazonas estão em situação de emergência por causa dos incêndios florestais que atingem a região Norte. A professora universitária Heledaliany Ruiz mora na cidade de Manaus e diz que a situação está bem complicada. 
“Estou tendo muita dificuldade em respirar, acordo de madrugada com o quarto só com cheiro de fumaça porque o ar condicionado puxa, aí quando a gente acorda de manhã a sala está meio esbranquiçada”, relata. 

No Amazonas, quase 20 mil focos de calor foram registrados em 2023. Em Rondônia, foram 7.139 focos detectados de janeiro a novembro, e em Roraima, foram 922 incêndios em vegetação.

Daniel Aguiar, que integra a equipe de comunicação da Defesa Civil da cidade de Manacapuru, na região metropolitana de Manaus, uma das cidades em situação de emergência, diz que o período mais crítico foi entre setembro e outubro, mas ainda há pequenos focos. 

“Nós estamos saindo de uma pandemia, uma crise que atingiu uma questão respiratória, então, com essas queimadas houve um aumento de atendimento hospitalar pela fumaça”, conta.

No estado, a Secretaria de Saúde informou que, nos últimos dias, não houve aumento de casos registrados por doenças respiratórias, mas reforçou que as unidades estão prontas para receber os casos graves. 

De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental, da Universidade do Estado do Amazonas, em Manaus, a qualidade do ar oscila entre moderada e muito ruim. 
 

Fonte: Brasil 61

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