Amazonas

Hemoam atualiza estratégias para cadastro de medula óssea no Amazonas

A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam) acaba de definir novas estratégias para o banco de voluntários cadastrados para doação de medula óssea no Estado. A instituição irá fazer busca ativa de doadores do interior, com ênfase nas populações indígenas e ribeirinhas.

A atualização das estratégias foi discutida, ontem (15/09), pela área técnica do Hemoam; e foi baseada em atualizações do Ministério da Saúde, que editou na portaria nº 685, de 16 de junho de 2021, novos critérios para os voluntários de medula e estabeleceu uma cota anual de 445 novos cadastros para o Estado do Amazonas.

“O Ministério determinou cotas para todo país sobre o número de novos cadastros voluntários de medula. Esse é um número que consideramos pequeno e, portanto, houve a necessidade de se fazer um manejo para uma representação adequada da população do nosso Estado. Vamos buscar a representação genética daqueles que vivem no interior, considerando que mais de 95% do número de pessoas cadastradas até agora são da capital”, disse o médico PhD em hematologia e diretor clínico do Hemoam, Nelson Fraiji.

O Amazonas possui 32.384 mil doadores voluntários cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Desse total, apenas 833 são de pessoas do interior. Segundo uma avaliação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de cadastros em Manaus já representa um perfil genético adequado da população da capital.

Para Fraiji, a cidade de Manaus tem um perfil de construção genética semelhante ao dos grandes centros urbanos brasileiros, por isso, é importante agora dar prioridade para as regiões menos miscigenadas do interior.

“Nesse momento, é muito importante buscar doadores em áreas em que a proporção das etnias isoladas seja maior, por exemplo, no oeste do Amazonas, na região do alto Rio Negro, onde tem numerosas etnias e, também, na região do Alto Solimões. Nós precisamos buscar doadores porque o banco de voluntários é para aumentar as chances de se encontrar fora do núcleo familiar uma medula compatível para aquele indivíduo que precisa”, reforçou o médico.

Cadastros de medula – A partir desta quinta-feira (16/09), o Hemoam divulga no site institucional (www.hemoam.am.gov.br) uma cartilha atualizando as informações sobre o cadastro de medulas e os novos critérios. A prioridade, conforme o documento, será cadastrar pai, mãe e irmãos de pacientes que necessitam de transplante de medula. As chances de compatibilidade dentro desse núcleo familiar é de 1 para 4 (25%).

A segunda prioridade será pessoas do interior, considerando que o perfil genético da população do interior ainda não está representado no Redome.

O texto informa, ainda, que as chances de se encontrar doadores compatíveis fora da ligação consanguínea de pai, mãe e irmãos é bastante remota. A probabilidade varia de um doador compatível a cada 100 mil pessoas até um compatível no universo de um milhão.

Doadores no Redome – O Brasil tem o terceiro maior banco de cadastro de medula óssea do mundo, com 5.419.941 (cinco milhões quatrocentos e dezenove mil novecentos e quarenta e uma) pessoas cadastradas. Quando não é encontrada compatibilidade entre os pais e irmãos a estratégia é buscar o Redome. Se não houver doador compatível no Redome, a busca passa a ser no Banco Mundial, o qual possui mais de 27 milhões de voluntários cadastrados.

Para ser um doador – O doador voluntário deve ter idade entre 18 anos até 34 anos, 11 meses e 29 dias (Portaria 685/2021-MS); ter boa saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

Para mais informações: Captação de Doadores – (92) 3655-0270.

FOTO: Divulgação e Rafael Marques/Hemoam

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