É possível engravidar após os 55 anos? Muitas mulheres já com a idade avançada para gestar, no auge dos seus 40 anos, muitas vezes devido às atribulações do dia a dia, deixam para trás o planejamento reprodutivo. O que ocorre é que o óvulo envelhece ao mesmo passo que a idade da mulher e as taxas de sucesso para engravidar espontaneamente diminuem consideravelmente.
Atualmente existem tratamentos disponíveis pela medicina moderna para que as mulheres possam ter mais sucesso na gravidez acima dos 40 anos. Em primeiro lugar, é importante conversar com um médico ginecologista sobre esse planejamento, assim que o decidir com o seu companheiro(a).
Por muitas vezes a mulher deixa de conversar com um ginecologista sobre o assunto e o tempo vai passando. “Se por um lado essa mudança de comportamento da mulher moderna trouxe essa dificuldade de engravidar, hoje também uma mudança em relação às técnicas de reprodução assistida, trouxe à essa mulher uma possibilidade de que ela consiga preservar os seus óvulos para que ela possa usar mais tarde, se assim precisar”, explica o Dr. Newton Eduardo Busso, médico especialista em reprodução humana assistida, da clínica FIV São Paulo.
Assim que o casal decidir optar por formar uma família após os 30 anos é importante saber que a sua capacidade gestacional irá diminuir após os 35 anos. Uma alternativa para aumentar as taxas de sucesso é o congelamento de óvulos. “Conseguimos congelar esses óvulos para usarmos quando quisermos e assim manter a chance de gestar do dia em que os congelamos, independente se usarmos esses óvulos com 35, 50 ou 55 anos”, conta a Dra. Karina Tafner, especialista em reprodução humana assistida, da clínica FIV São Paulo.
Mas, o que acontece se a mulher decidir congelar os óvulos aos 45 anos, por exemplo? É importante que ela saia do consultório sabendo que a sua capacidade reprodutiva diminuiu. “Os tratamentos de reprodução assistida, com óvulos de 45 anos tem uma taxa de sucesso ínfima, por exemplo, explica a Dra. Karina Tafner. Se não houver a possibilidade de gestar com óvulos próprios, há outro recurso para se tornar mãe, com óvulos e embriões doados, aumentando assim a chance de engravidar. A doadora é anônima, ou pode ser uma parente de até quarto grau. Vale reforçar que tanto o congelamento de óvulos quanto a doação de gametas, são técnicas realizadas exclusivamente no contexto da FIV (fertilização in vitro), uma vez que não é possível colocar os óvulos nos ovários da paciente para que ocorra o processo reprodutivo natural. Os embriões gerados a partir dessas células é que são depositados no útero da futura mãe. As gestações em idade mais avançada apresentam maior risco de complicações obstétricas, incluindo aborto, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão e rotura prematura de membranas.
A notícia da gravidez da Claudia Raia aos 55 anos traz uma reflexão apesar da atriz não ter detalhado se foi uma gravidez espontânea, ou por meio de técnicas da FIV. O sucesso do tratamento está diretamente ligado à idade reprodutiva da mulher e quanto antes ela se programar e congelar os óvulos, mais chances ela terá de engravidar tardiamente, se assim desejar. Com 35 anos a reserva ovariana já começa a declinar e aos 55 anos, idade em que a maioria das mulheres encontra-se na menopausa, os folículos deixam de existir. Com isso a gravidez é impossibilitada, mas com a recepção de óvulos doados, por meio da FIV, ela volta a ser viável.
*O CFM (Conselho Federal de Medicina), não recomenda gestação após os 50 anos. Há exceções para casos sem comorbidades de comum acordo entre o médico e a paciente respeitando o princípio da autonomia.
Para maiores informações sobre esse assunto: www.fivsaopaulo.com.br