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Governo está em alerta máximo para planos de facções nos presídios

Desde a última sexta-feira, 23/7, o Sistema Prisional do Amazonas está em alerta máximo. Isso ocorreu depois que o setor de inteligência da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) interceptou um plano da facção criminosa Comando Vermelho (CV) para tentar desestabilizar o sistema. De acordo com a Seap, os criminosos planejaram uma manifestação para iniciar o plano. Na segunda fase, eles têm a intenção de promover mortes dentro das unidades prisionais.

Conforme a Seap, a manifestação iria acontecer, na manhã desta segunda-feira, 26/7, em frente ao Complexo Penitenciário, no quilômetro 8 da BR-174, e contaria com a participação de pessoas pagas. De fato, o manifesto foi realizado, mas em frente ao Fórum Ministro Enock Reis, no Aleixo, na zona Sul de Manaus, onde centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, se reuniram para reivindicar uma série de exigências, entre elas a instalação de TV para cada preso, melhoria na alimentação e retorno de visitas, entrada de alimentos, entre outras.

“Nós defendemos o direito à livre manifestação, mas não iremos retroceder em relação aos procedimentos operacionais que implementamos nos últimos dois anos e meio, para manter o sistema sob controle. Infelizmente, há pessoas que querem o retorno do modelo antigo, desorganizado. Este Governo não negocia com o crime organizado”, observou o secretário da Seap, coronel Vinícius Almeida.

De acordo com a Seap, entre as reivindicações estariam a volta das visitas aos finais de semana e a entrada de alimentos externos. Vinícius Almeida ressaltou que o sistema penitenciário garante cinco refeições diárias aos detentos, em cumprimento à Resolução nº 3, de 5 de outubro de 2017, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). “Estamos cumprindo a Lei de Execução Penal e trabalhando sério para dar um tratamento mais humanizado dentro do sistema”, completou.

Plano Criminoso

Segundo levantamento da Inteligência da Seap, a manifestação seria a primeira fase de um plano maior comandado pelo grupo criminoso.

“Esse grupo tem, após essa ação, a intenção de realizar mortes nos presídios, com objetivo de desestabilizar o sistema e enfrentar o Estado. Por isso, estamos monitorando e avaliando, juntamente com os órgãos de fiscalização, a tomada de medidas rígidas para conter possíveis atos que visem burlar a segurança do sistema prisional. Uma delas é a solicitação de transferência de detentos para o regime federal”, afirmou o secretário.

A Seap já identificou os líderes responsáveis pela organização do movimento e solicitou à Vara de Execuções Penais (VEP) a transferência dos detentos para unidades prisionais do regime federal.

Reforço na segurança

Desde a última sexta-feira, todas as unidades prisionais localizadas no ramal do KM 08 da BR-174 e no Puraquequara começaram a receber reforço na segurança externa. As ações fazem parte da operação Cerberus, que conta com a participação do Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e dos policiais militares do Comando de Policiamento Especializado (CPE) por meio do Batalhão de Choque, Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) e Cavalaria.

Além do reforço dentro e aos redores das unidades, segundo a Seap, equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) irão fiscalizar o tráfego de veículos de transporte coletivo de maneira rigorosa na rodovia federal, enquanto o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRAN) atuará nos acessos à UPP.

Mortes

Entre os anos de 2017 e 2019, o sistema Prisional do Amazonas foi palco para dois massacres. O primeiro, registrado em 2017, resultou na morte e 56 presos e fuga de mais de 200 internos dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e a desativada cadeia Vidal Pessoa. Em 2019, um novo massacre com 55 mortos voltou a ser registrado em Manaus.

*Com informações de Toda Hora

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