Com uma carreira consolidada na ênfase no patrimônio cultural e histórico, a arquiteta e urbanista Melissa Toledo assumiu a Gerência de Patrimônio Histórico (GPH), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), da Prefeitura de Manaus, se juntando ao time técnico e de especialistas para a construção dos projetos do setor e do programa “Nosso Centro”.
Graduada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior pela faculdade Martha Falcão, Melissa tem histórico no Implurb, onde atuou com o Programa de Reestruturação do Centro de Manaus (Promanaus), criado por lei em 2009, funcionando como uma unidade gestora dentro da autarquia. A arquiteta espera poder agregar experiências neste novo ciclo de reabilitação do território urbano central.
“Nossa contribuição é para o segmento patrimonial e de conservação, o que ocorre desde meu processo de formação acadêmica, no qual meu trabalho de conclusão de curso foi dentro da reabilitação do mercado municipal Adolpho Lisboa e entorno”, disse a gerente do GPH. Ela também foi coordenadora técnica no Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan) Amazonas e no antigo PAC Cidades Históricas, na prefeitura.
“O patrimônio cultural é inseparável da atratividade, criatividade e da sustentabilidade das cidades, precisando estar inserido no planejamento e desenvolvimento urbanos. Sem a valorização da cultura, as cidades, de forma geral, não podem ser espaços dinâmicos de vida e acabam sendo reduzidas a uma simples construção de concreto, num ambiente social deteriorado”, afirmou.
E como diversos centros históricos, o de Manaus é um fragmento urbano de propensão a essa desvalorização cultural, social e econômica de forma geral. Mas é pela cultura, planejamento e bases de um desenvolvimento econômico e equitativo, para combater as mazelas urbanas, que se pode proteger as heranças do passado, valorizando identidades, pertencimento e a arte local.
Para Melissa Toledo, as reflexões sobre patrimônio e sua inclusão em políticas urbanas têm sido crescentes ao longo dos últimos 30 anos. “Precisa ter critérios de preservação, conservação, econômicos, de novas funções sociais, para dar vida social à cidade. O planejamento urbano não é mais simplesmente regulatório e operacional, ele passa a ter um viés de capacitação de qualidade urbana, pela ressignificação do centro histórico, principalmente, que é o foco do meu trabalho”, ressaltou.
No Implurb, à frente do GPH e se juntando à equipe técnica de planejamento, Melissa espera buscar o equilíbrio do patrimônio cultural edificado com os recursos estratégicos para a construção da cidade, que estimulem o desenvolvimento social e a economia. O que torna a cidade viva e feita para quem mora nela.
“O programa ‘Nosso Centro’, desenvolvido pela prefeitura, por meio do Implurb, tem esse viés, esse sincronismo patrimonial versus novas funções e reabilitações no espaço. E é um movimento divisor de águas”, finalizou.