A Manaus Amazônia Galeria de Arte foi a vencedora do Prêmio Equipa Cultura – Lei Aldir Blanc com objetivo de implantar um banco de dados sobre os artistas visuais amazonenses
Com o foco em construir um acervo de memória para as artes visuais do estado do Amazonas, a Manaus Amazônia Galeria de Arte contemplada no Prêmio Equipa Cultura / Lei Aldir Blanc do governo do Amazonas, finalizou neste mês a montagem do banco de dados que irá reunir informações sobre as obras de arte e a vida de artistas visuais amazonenses. O acervo contará inicialmente com arquivos que a própria galeria possui (cerca de 30 mil arquivos), entre fotografias, imagens de vídeo, textos, áudios e documentos biográficos digitalizados.
Dos artistas representados pela galeria e que passarão a compor o banco de dados, participam quatro indígenas (Dhiani Pa’saro – etnia Wanano; Duhigó – etnia Tukano; Sãnipã – etnia Apurinã e Yúpury – etnia Tukano) e três artistas não indígenas (Monik Ventilare, Edgard Alecrim e Nelson Falcão). Após esta fase de organização do acervo dos sete artistas propostos inicialmente no projeto, o Banco de Dados de Artistas Visuais do Amazonas iniciará a catalogação de registros históricos dos demais artistas visuais da história da arte amazonense, facilitando ao público a compreensão da produção em artes visuais no estado e servindo de inspiração para gerações futuras. Tudo será organizado de forma consistente para que possa ser uma referência e fonte de conhecimento da produção artística no estado do Amazonas.
De acordo com o diretor da Manaus Amazônia Galeria de Arte, Carlysson Sena, idealizador do projeto, existe uma ausência de registros históricos digitalizados da vida e obra dos artistas amazonenses inviabilizando a pesquisa e a produção de conteúdo sobre este tema. “A convivência com os artistas visuais representados pela Manaus Amazônia nos permite perceber necessidades, antes não observadas, relacionadas aos arquivos digitais de obras de arte e artistas. A catalogação de informações que se baseiam na vida e nas obras dos artistas vai muito além da pesquisa, mas é uma forma de dar mais transparência à produção artística visando uma compreensão do ecossistema da arte no Amazonas”, destacou o galerista.
Para a artista visual Duhigó ter a sua história arquivada dentro de um banco de dados é a certeza de que as gerações futuras poderão conhecer o seu trabalho e sua vida. “Essa é mais uma forma de guardar a nossa cultura e, no meu caso a cultura Tukano, que eu deixo registrada nas minhas obras de artes. É uma forma de não ser esquecida”, afirmou Duhigó.
O projeto “Implantação do Banco de Dados de Artistas Visuais do Amazonas” foi contemplado pelo Programa Cultura Criativa – 2020 / Lei Aldir Blanc – Prêmio Equipa Cultura do governo do estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura. A execução do projeto consistiu em adquirir equipamentos, financiados pela premiação, que juntos compõem um servidor de dados com capacidade de armazenar 48 terabytes de informação, para futuramente disponibilizar este acervo para consulta e pesquisa pública.
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