O deputado Fausto Júnior (MDB) anunciou nesta manhã (7) a retirada de sua assinatura da chamada segunda edição da CPI da saúde. Essa é a que foi proposta pelo Dermilson Chagas (Podemos).
Assim, esse projeto de CPI passa a contar com apenas seis assinaturas de oito necessárias para sua criação.
A investigação previa apuração ampla, sem objeto definido, de todos os contratos do governo Wilson Lima (PSC).
“A partir deste momento vou retirar a minha assinatura da CPI da pandemia e vou aguardar que, de forma amadurecida, os colegas desta casa sentem porque é impossível termos duas CPI ao mesmo tempo. Não adianta nós querermos enganar a população”.
Fausto se referia-se, assim sendo, a uma segunda proposta de CPI, feita ontem pelo deputado Delegado Péricles (PSL). Essa prevê objeto definido na pandemia.
Ao apor sua assinatura para criar CPI proposta por Chagas, Fausto alegou fazer “um gesto de confiança”. Mas, hoje disse que percebeu “vaidade” do colega deputado.
De acordo com o medebista, a meia-volta dada na ALE-AM leva em conta que a CPI da saúde pretendia analisar indistintamente contratos feitos pelo governo.
“Eu quero saber o que o presídio tem a ver com a pandemia, com a falta de oxigênio? Não sou contra que se fiscalize o contrato dos presídios, não sou contra que se fiscalize nada. Eu sou a favor da CPI, mas CPI com a fama que CPI já tem de dar em pizza…”.
Dessa forma, Fausto Jr. sintetizou sua justificativa.
Mãe na mira
O recuo do deputado na CPI já era dado como certo nos bastidores da ALE.
Isso porque, internamente, parlamentares já advertiam que, caso haja investigação, ele e a mãe dele, a ex-presidente do TCE-AM, conselheira Yara Lins, poderão ser investigados.
O deputado apontou, na semana passada, na CPI da covid no Senado, que o pagamento de indenizatórios era o grande escândalo de ex-governadores do Amazonas.
Acontece que, uma semana depois, surgiram processos que mostram que Yara assinou várias decisões autorizando esse tipo de pagamento.
As autorizações, portanto, ocorreram quando ela era presidente da corte de contas do Amazonas.
Além disso, a conselheira foi acusada de enriquecimento ilícito, recebimento de propina e ter agido, como presidente do TCE-AM, para eleger o próprio Fausto Júnior em 2018.
*Com informações de BNC Amazonas