O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) aceitou uma denúncia feita pelo Ministério Público (MP-AM) contra o ex-secretário de Inteligência do estado, Samir Freire, e outras seis pessoas investigadas na Operação Garimpo Urbano, deflagrada em julho deste ano. Com isso, eles se tornam réus no processo.
A operação investiga a ação de agentes de segurança envolvidos no desvio de cargas de ouro obtidas durante abordagem aos transportadores. Ela foi realizada em julho deste ano, pelo MP-AM e Polícia Federal.
Freire e outros três policiais civis foram presos por suspeita de envolvimento nos crimes. Além deles, dois transportadores de ouro e um advogado foram denunciados.
A denúncia foi aceita pela juíza da 2ª Vara Criminal de Manaus, Suzi Irlanda Araújo Granja da Silva, no domingo (3). Com a decisão, os sete passaram a ser réus pelos crimes de extorsão, fraudes processuais e organização criminosa.
Ainda na decisão, a Justiça dá um prazo de 10 dias para que os réus apresentem suas defesas.
Denúncia aponta que secretaria foi sede para extorsões
A denúncia contra os investigados foi apresentada pelo MP-AM em setembro e aponta que a Secretaria de Inteligência (Seai) foi sede para extorsões em casos de desvio de cargas irregulares de ouro, em Manaus. Foram desviados pelo menos 60 quilos de ouro.
Imagens de câmeras de segurança apresentadas na denúncia mostram as ações de policiais ao abordarem um empresário para a prática do crime. De acordo com o MP, Samir e o grupo de policiais pediam dinheiro para liberar as cargas e ameaçavam empresários com flagrantes forjados.
De acordo com o MP-AM, os policiais civis investigados foram seguranças ou trabalharam para empresários que negociavam ouro. Por isso, sabiam quando um carregamento chegava ou saía de Manaus.
Um dos locais preferidos para abordarem as vítimas era o aeroclube da cidade, onde os empresários deixavam os seus jatos particulares.
No dia 14 de julho, a defesa de Samir Freire havia conseguido um Habeas Corpus no Tribunal de Justiça, reduzindo de 30 para 5 dias a prisão temporária dele, porém, o Ministério Público recorreu da liminar e o prazo inicial de 30 dias prevaleceu.
*Com informações de G1am/Foto: Luis Henrique Oliveira/g1 AM