Cidade

Estudo de cores é desenvolvido pela prefeitura para dar vivacidade ao Centro

Fachadas de linhas simples, com esquadrias e desenhos elegantes, guardam importantes referências da arquitetura do Centro Histórico de Manaus. Um olhar para o ambiente, como na rua Frei José dos Inocentes, é capaz de proporcionar uma viagem no tempo a partir da silhueta desses imóveis. A exemplo do que foi feito na rua Bernardo Ramos, a Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), está montando um skyline, uma proposta de intervenção para a Frei José dos Inocentes, visando promover desde a recuperação de pisos e passeios até a revitalização de cores nas fachadas, em contraste à imagem desgastada na via atualmente.

A intervenção está incluída no projeto “Nosso Centro”, devendo envolver ainda empresários, empreendedores e moradores locais para desenvolverem ações em conjunto para transformar a região em um ambiente de passeio agradável para os residentes e possíveis turistas.

“Dando prosseguimento às ações do ‘Nosso Centro’, estamos desenvolvendo estudos para a Frei José dos Inocentes, que concentra um grande número de moradores, em torno de 70, para propor esse trabalho de resgate e revitalização dos imóveis e lares”, explicou o vice-presidente do instituto, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade.

Equipes de arquitetos, urbanistas, design e engenheiros do Implurb, da Diretoria de Planejamento Urbano (DPLA) e da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) estão debruçadas para fazer o estudo de cores para as fachadas, usando paletas para evidenciar as edificações, detalhes construtivos e aspectos do espaço, proporcionando um conjunto de efeitos visuais e levando vivacidade ao lugar. Em projetos urbanos a cor evidencia a renovação e a identidade espacial. Os estudos serão apresentados aos moradores para que possam ter o sentimento de pertencimento e façam sugestões ao projeto.

Para a via, há previsão de melhorar a trafegabilidade e a mobilidade, além de usar materiais que remontem para a historicidade do lugar. “Estamos desenvolvendo a paleta para as fachadas, casarios, balcões e ornamentos históricos presentes. Os estudos vão ser apresentados ao prefeito David Almeida e há previsão de ter uma licitação específica para o ambiente. Tudo isso se soma às ações para o entorno da intervenção do mirante da Ilha de São Vicente, que será um largo com o primeiro projeto de grande reuso de uma edificação vertical no Centro”, completou Andrade.

Bernardo Ramos

Duas casas, consideradas as mais antigas de Manaus, foram reformadas pela prefeitura na rua Bernardo Ramos, paralela à Frei José. As residências 69 e 77 foram construídas em 1819, datadas do período colonial.

As duas casas foram construídas antes do tempo áureo da borracha e são exemplares de um período com intenso significado histórico, compondo o conjunto arquitetônico de Manaus. São imóveis classificados como ícones da arquitetura colonial, arqueológico e cultural, uma vez que na bibliografia são correlacionadas ao ponto focal de crescimento da capital.

As casas foram construídas com a técnica de taipa de mão, também conhecida por pau-a-pique, que consiste em estruturar as paredes com uma armação de madeira entrelaçada, cujos vãos são preenchidos com barro cru aplicado à mão.

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