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Estudo busca ferramenta que auxilie no diagnóstico rápido e eficaz da hanseníase no Amazonas

A pesquisa recebe apoio do Governo do Estado – via Programa Ciência, Tecnologia e Inovação Áreas Prioritárias, da Fapeam

O mês de janeiro ganhou a cor roxa para alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate à hanseníase. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato dessa doença interrompem o ciclo de transmissão e evita as incapacidades físicas causadas pelo bacilo Mycobacterium leprae. E para estimular estudos que busquem ferramentas de auxílio ao diagnóstico clínico rápido e eficaz, o Governo do Amazonas tem apoiado pesquisas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que busquem um aprofundamento das áreas do conhecimento e o estudo de seus problemas e desafios.

Aprovado pelo Programa Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) Áreas Prioritárias, da Fapeam, destaca-se o projeto “Investigação molecular no apoio ao diagnóstico diferencial da hanseníase com outras dermatoses de interesse clínico”, coordenado pelo farmacêutico-bioquímico do Laboratório de Biologia Molecular da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), André Luiz Leturiondo.

De acordo com André Leturiondo, o objetivo principal do estudo é verificar a utilidade dos testes moleculares no auxílio ao diagnóstico dermatológico de difícil resolução clínica, inclusive com a hanseníase.

“A pesquisa procurou fazer o diagnóstico molecular dos agentes etiológicos causadores de hanseníase, tuberculose cutânea, leishmaniose, sífilis secundária e esporotricose. Isso porque em alguns casos as lesões dermatológicas estão fora do padrão conhecido, dificultando o clínico na tomada de decisão e levando a suspeitar de vários agentes causadores dessas dermatoses”, explica o coordenador.

O estudo foi realizado na Fuham com pacientes que apresentaram lesões atípicas de difícil resolução clínica e com hipóteses prováveis de dois ou mais agentes etiológicos causadores de lesões dermatológicas. A coleta da biópsia foi realizada em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, que concordaram em participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

“O objetivo principal foi encontrar esses agentes etiológicos nas biópsias de lesões atípicas. A requisição médica vinha com as hipóteses de que aquela determinada lesão poderia ser causada por um dos agentes do estudo”, acrescenta o bioquímico.

Para ele, o principal impacto é na resolução clínica mais rápida para o paciente, com um tratamento medicamentoso imediato, evitando que o indivíduo procure diferentes unidades de saúde, sem um diagnóstico clínico preciso para esses casos difíceis.

“Utilizamos a técnica molecular de amplificação de DNA, chamada de q-PCR (Polymerase Chain Reaction Real Time), com sondas moleculares que identificam os agentes etiológicos separadamente, com grande sensibilidade e especificidade”, completou André Leturiondo.

O pesquisador ressalta que o projeto pretende entregar ao Centro de Referência em Dermatologia da Fuham uma ferramenta de auxílio ao diagnóstico clínico de grande sensibilidade, especificidade e rapidez, capaz de confirmar o diagnóstico da hanseníase ou identificar prováveis espécies causadoras dessas lesões atípicas. O banco de dados formado, com a identificação das espécies causadoras das dermatoses atípicas, irá subsidiar os gestores na implantação na rotina do teste molecular na Fundação.

Números

Durante os 18 meses do estudo, 160 pacientes tiveram o diagnóstico clínico concluído. As hipóteses diagnósticas envolveram requisições médicas solicitando a identificação de dois a cinco agentes etiológicos. No entanto, o teste molecular foi testado para a detecção dos cinco alvos. Em 78,8% (126 deles), o diagnóstico molecular conseguiu confirmar ou afastar a suspeita clínica. Desses 126 pacientes, 57,1% (72) foram qPCR (+) para um dos agentes etiológicos suspeitos, e em 42,9% (54) foram qPCR (-).

“O resultado molecular negativo ajudou a afastar as hipóteses diagnósticas, direcionando o desfecho clínico para outras dermatoses, como a psoríase ou outras alterações da pele”, disse o coordenador, acrescentando que a pesquisa continua em andamento até o final do estoque dos reagentes moleculares.

Na oportunidade, André destacou o apoio e o incentivo da Fapeam a pesquisas como essa. “Com o financiamento da Fapeam, o estudo demostrou a importância de implantar os testes moleculares na Fundação Hospitalar Alfredo da Matta. Essa ferramenta auxiliou o médico na tomada de decisão mais assertiva em aproximadamente 80% dos casos duvidosos”, concluiu o coordenador da pesquisa.

Programa CT&I Áreas Prioritárias

Programa Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) Áreas Prioritárias, visa apoiar propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento, coordenadas por pesquisadores residentes no Amazonas, vinculados às instituições de pesquisa ou ensino superior ou centros de pesquisa de natureza pública ou privada sem fins lucrativos, que busquem o avanço e o aprofundamento das áreas do conhecimento e o estudo de seus problemas e desafios, contribuindo com o desenvolvimento do ecossistema científico, tecnológico e de inovação no Amazonas.

Janeiro Roxo

No último domingo do mês de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A data foi instituída pela Lei nº 12.135/2.009, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e das autoridades de saúde sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença.

Conhecida vulgarmente como lepra, a hanseníase ou Mal de Hansen é uma doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele e é causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae.

Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite a doença. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolvem a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoecem, conforme dados da Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde (MS).

Fonte: Fapeam

Foto: Divulgação

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