O secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, participou, na tarde desta quarta-feira (28/07), de uma reunião com representantes governamentais e comandantes de Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal. O objetivo do encontro foi articular ações conjuntas para combater incêndios florestais, queimadas e desmatamento no bioma.
Os participantes da reunião apresentaram iniciativas já realizadas e compartilharam especificidades dos seus territórios. As informações coletadas serviram de subsídio para construção de uma matriz lógica, que fundamentará o plano operativo envolvendo cada um dos estados.
“Aqui o que está sendo proposto, é que, ouvindo as secretarias de Meio Ambiente e os bombeiros, a gente possa fazer algo juntos, e somar para esse plano operativo nos resultados das partes, com as sugestões de cada estado”, elucidou Cira Moura, durante a reunião.
Eduardo Taveira reforçou a importância do alinhamento com o governo federal para que as ações sejam efetivas, em especial quanto aos recursos da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O secretário estadual do Meio Ambiente do Amazonas ainda enfatizou as ações executadas no Estado e as parcerias, que têm contribuído no enfrentamento na região.
“Internamente o governo já está alinhado, inclusive com as forças de segurança, por meio da secretaria de Segurança Pública. E esperamos alinhamento com o governo federal com base na GLO, que o governador Wilson Lima emitiu solicitação de participação”, disse o secretário.
O alinhamento com o governo federal também é essencial, por conta da sobrecarga que as áreas da União oferecem às administrações estaduais.
“O alinhamento com o governo federal é essencial, por conta das áreas da União no estado. Isso irá ajudar bastante para que os estados possam se concentrar, também, na defesa das suas próprias áreas”, completou Taveira.
“Os recursos humanos e de infraestrutura serão fundamentais, por parte do governo federal, para garantir uma ação exitosa na Amazônia, considerando a sua extensão e a quantidade de áreas federais que existem aqui na região”, reforçou o secretário executivo do Fórum de Governadores para o Clima e Florestas (GCF), Carlos Aragon.
Pesquisa – O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) atuará na ação conjunta dos estados, oferecendo estudos panorâmicos para análise dos números de ocorrências ambientais registradas.
Na reunião desta quarta, o Ipam apresentou estudo dos focos de calor na Amazônia e traçou linhas gerais das áreas críticas. A análise do Instituto mostrou que cerca de 10% do bioma amazônico foi queimado nos últimos anos. Estima-se que 28% a 30% do fogo que ocorreu no Brasil foi na Amazônia.
Ainda de acordo com o Ipam, os números de queimadas foram registrados em anos do fenômeno El Niño, que, na América do Sul, já causou graves secas e períodos de estiagem. Quanto maior o período de seca, mais fogo foi registrado.
Ações do Estado – O governo do Amazonas atua desde o início de abril, na repressão ao desmatamento ilegal, por meio da Operação Integrada Tamoiotatá. Atualmente, a operação está em sua sétima fase de ações no sul do Amazonas, com foco nos municípios mais vulneráveis da Amazônia Legal, em decorrência de ocupações irregulares em áreas públicas, em especial, em áreas da União.
O Amazonas enviou um ofício ao governo federal formalizando a adesão do estado à Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite a ação das Forças Armadas no combate a crimes ambientais em território amazonense.
Além dessas ações, o estado tem atuado na capacitação de brigadistas florestais em sete municípios do sul do Amazonas. Até o momento, 145 novos brigadistas foram formados para atuar contra queimadas ilegais nas cidades de Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Humaitá, Apuí e Boca do Acre. A cidade de Canutama também receberá cursos de capacitação até o final de agosto.
Junto a isso, a Sema obteve a aprovação de R$ 11,5 milhões do Banco Alemão de Desenvolvimento KFW, para contratar 240 brigadistas, para reforçar a atuação estadual contra as queimadas. Parte do recurso também será usada para contratação de um serviço de monitoramento por drone, em tempo real, do desmatamento no sul do estado, a fim de auxiliar as equipes em campo pela operação Tamoiotatá e, também, apoiar o Ipaam na autuação remota de infratores.
FOTO: Jakeline Xavier/Sema