ERBIL, Região do Curdistão – As autoridades de Erbil negaram, nesta quarta-feira, qualquer envolvimento em um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrando cães sendo brutalmente maltratados. Em resposta, a cidade suspendeu o recebimento de cães vadios oriundos do distrito de Bardarash, na província de Duhok.
O vídeo, que gerou forte comoção e protestos online, mostra cães sendo agredidos enquanto eram descarregados de um caminhão em Erbil. As imagens surgiram poucos dias após Bardarash iniciar o envio de cães de rua para um abrigo na capital curda, medida tomada depois que uma criança de dois anos morreu em um ataque canino.
“Um vídeo circulou nas redes sociais mostrando maus-tratos a cães, supostamente em Erbil, mas isso é falso. Não temos qualquer responsabilidade pelo ocorrido”, declarou Zhyar Jalal, diretor de serviços e proteção ambiental de Erbil, à emissora Rudaw. “Após esse incidente, Bardarash não poderá mais enviar cães para Erbil.”
Jalal afirmou ainda que as autoridades locais não tinham conhecimento dos maus-tratos no momento em que aceitaram os animais vindos de Bardarash.
A operação de recolhimento de cães começou na última segunda-feira, uma semana após o trágico ataque. O prefeito de Bardarash, Sirwan Hassan, informou à Rudaw que a decisão foi tomada após uma “reunião abrangente” com autoridades locais, que concordaram em transferir os animais para o abrigo de Erbil.
O abrigo de cães vadios de Erbil, construído em 2023, custou mais de 480 milhões de dinares (cerca de 320 mil dólares) e está localizado na estrada que liga Erbil a Gwer.
A presença crescente de cães de rua nas cidades do Curdistão é uma preocupação antiga. Os esforços para controlar a população desses animais são frequentemente alvo de críticas por parte de grupos de defesa dos direitos dos animais. Os abrigos em Erbil e Zakho enfrentam superlotação, escassez de alimentos e condições precárias, que frequentemente resultam na morte dos cães.
A violência contra animais de rua é um problema recorrente na região. Muitas vezes vistos como ameaça à saúde pública, esses cães são frequentemente enxotados, espancados, atropelados ou até alvejados a tiros.