No ponto onde a cidade nasceu, a Prefeitura de Manaus busca o melhor aproveitamento do local que guarda valorosa riqueza cultural e de patrimônio da capital. E o programa “Nosso Centro” visa o resgate econômico da área, envolvendo ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação.
Os três eixos de atuação – “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História” –, foram apresentados a membros, empresários e diretoria da Associação Comercial do Amazonas (ACA), com a presença do diretor da entidade, Jorge Lima, nesta quinta-feira, 2/2.
O diretor de Planejamento Urbano do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, fez uma apresentação com detalhes e status das intervenções para reabilitação e revitalização do Centro, na sede da ACA.
Os projetos propõem uma grande transformação para o território e fazem com que ela seja frequentada além do horário comercial. Hoje, o bairro sofre, naturalmente, um esvaziamento após o período de expediente dos setores do comércio e serviços. O “Nosso Centro” prevê ainda melhoria da qualidade de vida da população manauara; ser mais um atrativo turístico para a capital; além de ter foco no investimento em habitação, fomentando a ação de empresas privadas.
“O ‘Nosso Centro’ faz parte do plano de crescimento econômico e social ‘Mais Manaus’, lançado pelo prefeito David Almeida. Ao planejar cidades, criar habitações, reabilitar espaços com precariedade urbana e abandono, se busca, com o suporte da arquitetura, tecnologia, meio ambiente e do urbanismo, melhorar formas de viver, ocupar e agir diretamente na cidade e com a sociedade, mudando dinâmicas da vida cotidiana”, disse Pedro Paulo.
Projetos
Com projeto de reuso e reabilitação que prevê a transformação de um prédio abandonado em uma área de lazer vertical inédita na capital, o Mirante e Largo da Ilha de São Vicente Lúcia Almeida está pronto para licitação, envolvendo o imóvel localizado na avenida 7 de Setembro, nº 50, com área de 1.894 metros quadrados, na antiga sede da Companhia Energética do Amazonas (Ceam).
O edifício que terá uso de entretenimento, lazer, contemplação e negócios às margens do rio Negro, na Ilha de São Vicente, tem recursos da Prefeitura de Manaus e já foi aprovado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-AM), em razão de estar em área protegida pela instância federal, mas não é considerado uma unidade histórica.
A previsão da Prefeitura de Manaus é de ter a obra concluída em 2023. Como é um grande equipamento urbano, ele foi projetado para abrigar várias ações de cultura, lazer, gastronomia, negócios e muito mais, tendo como fundo a vista do rio Negro.
Casarões
Ali ao lado, na rua Bernardo Ramos, o Implurb desenhou um projeto que reunirá as expressões e obras de dois grandes nomes brasileiros, do poeta Thiago de Mello e do arquiteto Lúcio Costa. Será o Casarão Thiago de Mello, que terá exposição permanente com a obra, vida e história do poeta e escritor amazonense, nascido em Barreirinha, ao lado de trabalhos do arquiteto renomado brasileiro, que desenhou Brasília, nascido na França e formado no Rio de Janeiro.
O conhecido Casarão de São Vicente, construído em um ponto de referência arquitetônica e da própria história da capital, faz parte do “Nosso Centro” e está pronto para ser lançado em concorrência pública. A edificação foi projetada para abrigar um hub de inovação e espaço de coworking.
A ideia é que o edifício se integre ao movimento do Casarão da Inovação Cassina, na mesma rua. Será um equipamento urbano que funcionará simultaneamente e paralelamente com o Cassina. E um dos pontos altos é que amplia o conceito de diversidade de usos para as edificações no Centro. Ali já existem equipamentos culturais instalados, como a Galeria Óscar Ramos, o Museu da Cidade e o futuro memorial Thiago de Mello, que se somarão ao largo e mirante da Ilha de São Vicente.