Educação

Educação prisional: professor da rede estadual estimula alunos a buscarem futuro melhor

Um concurso de história dos bairros mudou a vida do professor Edvaldo Manoel Almeida, de 55 anos. Ele, que trabalhava no Distrito Industrial e queria ser advogado, escreveu sobre o bairro Coroado, na zona leste de Manaus, e ficou em primeiro lugar. O trabalho virou livro e ele resolveu, aos 42 anos, entrar para a docência. “Me achei”, diz ele, que há um ano leciona na Educação Prisional, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde estimula os alunos a buscarem um futuro diferente.

A Educação Prisional é oferecida às pessoas privadas de liberdade por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Secretaria de Estado de Educação e Desporto. No Compaj, funciona a Escola Estadual Giovanni Figliuolo, que atende 1.157 alunos. Com o estudo, eles podem subtrair um dia de pena a cada 12 horas estudadas, conforme a Lei da Remição pelo Estudo.

Edvaldo ministra 12 disciplinas, para as turmas de 9ª e 11ª etapas, de segunda a quinta-feira, nos turnos matutino e vespertino. Para ele, o maior desafio foi mostrar para os estudantes que estava envolvido no ensino.

“O maior desafio foi conquistar a confiança dos alunos, pois eles são exigentes e percebem de longe quando um professor vem para a sala de aula somente fazer ‘migué’. Espero impactar a vida dos reeducandos através de uma prática educacional que atinja um ensino humanizador, pois acredito que é possível ressocializá-los mediante a educação”, afirma o docente.

Diante do preconceito em trabalhar com o ensino prisional, o professor diz que é preciso ser corajoso e driblar as dificuldades, porque os obstáculos estão por toda parte, mas com pesquisa e persistência é possível obter bons resultados.

Edvaldo costuma falar sobre a própria história e a mudança de vida com uma idade que não é tão comum buscar outras profissões, a fim de estimular os estudantes a buscarem vidas diferentes após cumprirem suas penas e serem ressocializados.

Mesmo com os desafios, o docente celebra o dia dele. “Parabenizo a todos os professores pelo seu dia. Em especial, parabenizo aos docentes da Escola Estadual Giovanni Figliuolo, que não medem esforços para garantir uma educação de qualidade e, assim, contribuir  para a ressocialização das pessoas privadas de liberdade”, conclui.

Dia do Professor – A data é comemorada no Brasil em 15 de outubro e foi estabelecida em 1963, durante o governo de João Goulart, em referência Dom Pedro I, que, em 15 de outubro de 1827, emitiu uma lei sobre o Ensino Elementar, determinando que todas as cidades do país tinham que ter escolas de Primeiras Letras – o que hoje é o Ensino Fundamental.

Em 1948, o Dia do Professor foi oficializado como data comemorativa e feriado no estado de Santa Catarina, e, em 14 de outubro de 1963, por meio do Decreto Federal nº 52.682, foi instituído o Dia do Professor em todo o Brasil.

FOTOS: Lincoln Ferreira/Seduc-AM

CONTEÚDOS PATROCINADOS

RELACIONADOS

Municípios e DF já podem aderir ao Programa de Apoio à Educação infantil

Brasil 61

Por meio de exposição artística, alunos da rede estadual aprendem língua estrangeira

Redação Am

Estudantes da rede estadual conquistam 154 medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática

Redação Am
Sair da versão mobile