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E-commerce possibilita que loja física funcione como centro de distribuição

Dados apresentados pelo E-commerce Brasil, entidade mantida pelos principais players no segmento de B2C, indicam que o distanciamento social recomendado pelas autoridades impulsionou o canal eletrônico de vendas, em especial para os segmentos de brinquedos, supermercado e farmácia.

Apesar do crescimento nas vendas on-line, por outro lado houve significativa redução do consumo nas lojas físicas, haja vista que estavam fechadas pelas restrições impostas por governadores e prefeitos.

“Para minimizar os impactos e considerando que as lojas físicas, quando estavam sem atendimento ao público, ainda eram ativos para as empresas, pontos de armazenamento de estoques e capazes de processar pedidos, pergunto: por que não as utilizar como centros de distribuição avançados e próximos aos clientes?”, indaga o engenheiro Márcio Matsuda, sócio da Connexxion Consulting, empresa especializada em consultoria logística.

Ele explica que, sendo um sistema de gerenciamento de estoque integrado, os varejistas podem evitar situações frustrantes como a falta de mercadoria no canal virtual apenas porque um item pode não estar disponível no CD, mas pode estar na prateleira de uma loja.

“Isso consolida vendas que, de outra forma, poderiam ter sido perdidas. O uso da integração do inventário da loja para atender pedidos on-line de produtos que não estão em estoque nos centros de distribuição resulta em aumento imediato da receita”, explica. Contudo, ele alerta que disputas internas por esse estoque pode ser uma questão não tão simples de resolver.

Segundo o diretor da consultoria Connexxion, o que parece simples pode ser complexo se considerarmos a necessidade de integrações sistêmicas, questões tributárias, gestão de estoques, contratação de fretes, prazo de entrega, entre outras.

“Uma das exigências do consumidor é o tempo de entrega – um diferencial de conversão de vendas – tanto no mesmo dia como em até dois dias. A modalidade de entrega da loja física é necessária para aqueles comércios que estão implantando modelos de omnicanalidade, isto é, oferecendo uma plataforma ampla de acesso aos seus consumidores”, explica.

Ele avalia que, embora conceitualmente ser simples, a implantação da modalidade de entrega no estabelecimento comercial muito possivelmente irá requerer embalagem e transporte diferenciados, além de outros itens e critérios.

“Considerando que vendedores em geral possuem uma comissão e/ou premiação por vendas, saber que o estoque disponível para eles pode ser comercializado por qualquer outro canal é considerado um risco, já que pode acontecer de, na hora que um cliente estiver presencialmente na loja, o produto não estar mais disponível perdendo-se a venda e, consequentemente a comissão, desmotivando o profissional”, diz Matsuda.

Ele afirma que para fazer com que tudo funcione da melhor maneira possível, os varejistas precisam de visibilidade em tempo real de seu inventário completo, em todos os canais. “Além disso, é importante garantir que algoritmos apropriados estejam em vigor para que os envios a partir das lojas mantenham a disponibilidade de estoque”, argumenta.

O profissional complementa dizendo que a carga adicional de treinamento para equipe de retaguarda da loja deve ser considerada, em especial na arrumação dos estoques, embalagem e expedição. “Dependendo do volume a ser expedido pelo estabelecimento comercial, é recomendável um acesso exclusivo para pessoal de transporte”, aconselha.

“Vencida a questão interna de comissionamento da equipe comercial e da gestão dos estoques, com visibilidade 360°, um outro ponto que pode ser um impeditivo é a questão tributária, já que alguns centros de distribuição podem estar localizados em diferentes estados, que possuem distintos benefícios fiscais. A venda e expedição acontecendo de outro local pode implicar em mais imposto e consequente preço mais elevado”, alerta.

Matsuda chama a atenção à exigência do cliente por prazos curtos e questiona: “Devido ao tempo de entrega, o preço pode ter um substancial impacto. Então, o que fazer? Deixar o cliente decidir? Reduzir margem e subsidiar a operação? Este realmente tem sido um dilema”, elucida.

Ele destaca, por fim, não tendo a pretensão de exaurir o assunto, a questão do transporte, em especial a definição do modelo e opções de contratação. “É simples perceber que há uma tendência no incremento das despesas com fretes, os quais, se não forem bem gerenciados, levam à corrosão da pequena margem que operações de venda oferecem”, esclarece. De acordo com o consultor, o cálculo bem realizado e organizado de todas as variáveis impacta no preço final e, consequentemente, no faturamento e lucro da companhia.

“A modalidade de atendimento por meio de lojas está ganhando cada vez mais espaço. Se bem implantada e gerenciada, deve trazer benefícios ao varejo on-line e mais conveniência e satisfação para os consumidores”, finaliza o engenheiro e consultor Márcio Matsuda.

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