O deputado Dermilson Chagas, do Podemos, defendeu que o tempo de defeso do pirarucu, que é de um ano, seja reduzido para seis meses. Segundo o parlamentar, os pescadores alegam que há uma superpopulação da espécie, considerada um dos predadores dos rios da Amazônia.
A entrevista com o deputado faz parte do projeto Amazônia Que Eu Quero, da Fundação Rede Amazônica (FRAM). Os outros 23 deputados estaduais também serão convidados a participar da série de entrevistas.
A ideia é iniciar um debate sobre o dia a dia da população que vive na região, conscientizando as pessoas em relação ao voto e incentivando a exigirem seus direitos junto aos governantes.
“Muitos pescadores alegam que existe uma superpopulação de pirarucu. Ele está na cadeia alimentar, é um predador, como o tucunaré e outras espécies. Então ele come muito peixe para poder se manter. Para se ter uma ideia, um jacaré come 10kg do seu peso. Um jacaré com 10 kg come 1kg, um jacaré de 100kg como 10kg por dia para se manter saudável. Portanto, esse estudo é para a gente diminuir o tempo [de defeso] e aumentar a renda do pescador”, defendeu.
Além disso, o deputado também disse que busca viabilizar uma emenda parlamentar para um estudo sobre alternativas de isca para a pesca da piracatinga. Atualmente, uma moratória interministerial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento impede que botos e jacarés sejam usados para atrair o peixe. Para Dermilson, é importante criar alternativas que não prejudiquem as espécies.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“O objetivo é primeiro fazer uma grande reunião com a Universidade [Federal do Amazonas] para discutir com outros órgãos, o Ministério, pescadores, com o Inpa, com outras instituições ligadas a pesca, para ver qual o melhor caminho para produzir isca para a pesca da piracatinga, que não seja matar boto, jacaré ou outras espécies. É uma alternativa para que a gente saia da moratória”.
O deputado também falou sobre o fomento para a agricultura familiar no Amazonas que, assim como outros setores, também sofreu e ainda sofre os efeitos da pandemia da Covid-19. Para o parlamentar, além de recursos, é preciso dar assistência técnica para os pequenos produtores.
“O foco é dar condições para que plantem. Mas não é só dar dinheiro, não é só isso que o produtor precisa. Ele compra a semente, mas falta o sais para poder adubar a terra, o calcário para neutralizar o pH, o inseticida, e como tudo é baseado no preço do dolar, R$ 2 mil vai embora muito rápido. Ou a gente oferece as condições adequadas ou do contrário vamos ficar nesse ciclo vicioso. Muitas vezes agricultor mora em um ramal de difícil acesso, nem todos também tem casa de vegetação para proteger da chuva. Você precisa sempre ter assistência técnica do teu lado”, finalizou.
*Com informações de G1am/ Foto: Aguilar Abecassis/Aleam