Gestores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que atuam na zona rural de Manaus, participaram na manhã desta sexta-feira, 8/10, da 15ª Semana do Controle Social da Saúde. O evento aconteceu na quadra da escola municipal Abílio Alencar, no quilômetro 35 da rodovia AM–010 (Manaus-Itacoatiara).
Coordenada pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS/Manaus) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a programação da zona rural encerrou a 15ª Semana do Controle Social, com a etapa urbana realizada no período de 27/9 a 1º/10.
De acordo com o presidente do CMS/Manaus, conselheiro Jorge Carneiro, a programação da Semana do Controle Social acontece anualmente como parte da programação de aniversário de criação do CMS/Manaus, com atividades direcionadas gestores, trabalhadores e usuários dos cinco Distritos de Saúde (Disa) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, mas que pela primeira vez a atividade aconteceu em uma área localizada na zona rural de Manaus, não de forma conjunta com o Disa Oeste, como ocorreu nas edições anteriores do evento.
“A aproximação maior do CMS/Manaus com o Disa Rural, os conselheiros locais de saúde e comunitários, é uma ação que já ocorre ao longo do mandato do atual colegiado. A intenção é reforçar o conhecimento que os conselheiros municipais têm da realidade da zona rural, integrar os conselheiros e comunitários com o CMS, onde podem receber o apoio para as demandas encaminhadas para a Semsa, valorizando cada vez mais a participação social”, afirmou Jorge Carneiro.
Durante a programação, o gerente do Disa Rural, Arnaldo Taveira, destacou a importância do controle social, por meio da atuação dos sete Conselhos Locais de Saúde (CLSs) que estão vinculados a sete Unidades de Saúde Rurais (terrestre e fluvial), na gestão dos serviços de saúde.
“O controle social faz o monitoramento das ações com o objetivo único de melhorar a assistência da saúde. E a palavra de ordem é a defesa do SUS e percebo que há um engajamento real. Temos uma parceria muito forte com os conselhos locais para que fortaleça cada vez mais o SUS. Na zona rural, onde há dificuldades de acesso e logística, a conversa, entre os gestores, trabalhadores e usuários, é muito importante para minimizar as dificuldades”, destacou Arnaldo.
Representando a Semsa na programação no Disa Rural, a conselheira e diretora do Departamento de Atenção Primária (DAP), enfermeira Sonja Farias, apontou o compromisso dos representantes do controle social na melhoria dos serviços de saúde oferecidos para a população.
“Como a zona rural tem uma ampla área geográfica e pouca densidade demográfica, a Semsa tem que planejar as ações a partir dessas especificidades. E temos conselheiros locais que realmente abraçam essa causa, são dedicados, que buscam o Disa Rural para fazer a interlocução, dando sugestões, dialogando, para que o planejamento dos serviços possa ser feito a partir da vivência dessa população, além de ser baseado em evidências científicas”, afirmou Sonja.
Conselhos locais
O Disa Rural conta com sete CLSs, compostos por representantes de gestores, trabalhadores e usuários do SUS, que atuam nas UBSs Pau-Rosa, Ada Viana, Ephigênio Sales, São Pedro, Nossa Senhora do Livramento, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
“O CLS é importante até mesmo na ampliação do conhecimento da comunidade sobre os serviços oferecidos na Unidade de Saúde. Os conselheiros participam das reuniões da mesa diretora do CLS, apresentam para a gestão as demandas das comunidades, discutem os temas e o planejamento das estratégias que vão direcionar os trabalhos para a população, minimizando os problemas dos usuários”, explicou o piscicultor Cosmo Luiz Balieiro Filho, que atua no segundo mandato como conselheiro local da UBS Ephigênio Salles, localizada no quilômetro 41, da AM–010.
O “Controle Social na Pandemia” foi o tema principal de debate na 15ª Semana do Controle Social. Uma das palestrantes foi a chefe de Vigilância em Saúde do Disa Rural, enfermeira Ana Lúcia Serrão, que lembrou a necessidade de adaptação dos trabalhadores aos protocolos de segurança na pandemia da Covid-19, assim como o papel do controle social na manutenção dos serviços.
“Em decorrência da pandemia, desde março de 2020, quando foi decretado estado de emergência, todas as atividades, atendimentos, ações em saúde pública tiveram que ser adequadas para atender os protocolos, tanto para a proteção dos profissionais quanto dos comunitários”, lembrou a enfermeira.
Segundo ela, as visitas domiciliares, tanto dos agentes de endemias quanto dos agentes comunitários de saúde, sofreram impacto, já que os profissionais não poderiam mais entrar nos domicílios, realizando o atendimento na varanda da casa ou em outra área externa. “O controle social, conselheiros locais, líderes comunitários, todos ajudaram na divulgação de informações e na orientação aos usuários, assim como os trabalhadores, em uma grande força-tarefa, para que os serviços não fossem suspensos e para conseguir manter o atendimento em saúde com qualidade e segurança”, afirmou Ana.