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Como saber se é Transtorno Opositivo Desafiador ou desobediência?

*Luciana Brites, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento

A desobediência é um comportamento comum na infância e adolescência, mas pode ser confundida com o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Toda criança, em algum momento, deixa de obedecer a uma regra ou solicitação de um adulto. Os responsáveis devem estar atentos quando os pequenos não respeitarem as orientações e insistirem em continuar com o comportamento, apesar de conversas ou advertências mais sérias.

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) caracteriza-se por um comportamento desafiador, oposicionista, com uma postura de teimosia frequente, hostilidade e desafios constantes, que acabam gerando dificuldades no convívio social e escolar da criança. É importante frisar que essa criança apresente esse comportamento em casa, na igreja, na escola, na casa de amigos, em restaurantes, entre outros ambientes.

Vale explicar que o TOD é descrito no DSM-5 como parte dos Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta, cujas características são comportamentos desafiadores, negativistas e desobedientes, principalmente diante de figuras de autoridade. A diferença entre a desobediência e o TOD está na intensidade: enquanto a primeira ocorre em determinados momentos, a segunda é recorrente e impacta diretamente na vida social e familiar da criança. Por exemplo, birras intensas várias vezes por semana, desafio direto a regras ou até “vingancinhas”.

Para diagnosticar o TOD, a criança deve ser avaliada por um especialista, como um psicólogo, psiquiatra ou neurologista infantil. O diagnóstico é feito quando os sintomas persistem por mais de seis meses e ocorrem em diversos ambientes.

É importante ainda avaliar sinais de depressão, ansiedade e perturbações do sono, pois essas condições podem causar sintomas semelhantes aos do TOD, como irritabilidade e desobediência. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também apresenta sintomas semelhantes e deve ser avaliado se existe uma comorbidade. Vale ressaltar que metade das crianças com TOD também tem TDAH.

Os principais sintomas costumam surgir por volta dos 4 anos e podem persistir até a adolescência. Esteja atento à irritabilidade e aos acessos de raiva constantes, publicação com adultos ou figuras de autoridade, desafio às regras, sensibilidade exagerada a críticas, entre outros.

As causas não são totalmente conhecidas, mas, em segundo lugar, há evidências de fatores genéticos, ambientais e psicológicos prejudiciais para o seu desenvolvimento. Fatores como um histórico familiar de transtornos mentais, experiências adversárias na infância e estilos parentais inconsistentes podem aumentar o risco de uma criança desenvolver o TOD.

O tratamento pode incluir terapia familiar e intervenções cognitivas, para que estabeleçam estratégias comportamentais comportamentais. A melhor forma de lidar com esse transtorno é buscar apoio profissional, permitindo que as crianças se beneficiem de um tratamento adequado e desenvolvam habilidades sociais eficazes.

Geralmente, crianças com TOD correm maior risco de desenvolver depressão e abuso de substância, especialmente quando o transtorno é acompanhado por outras condições, como TDAH, depressão e dificuldades de aprendizagem.

Portanto, a desobediência é algo natural na infância e pode ser corrigida com uma abordagem educativa. Porém, quando os sinais se tornam persistentes e impactam a rotina da criança e da família, é essencial buscar um diagnóstico preciso para descartar o TOD. Se tiver dúvidas sobre o comportamento da criança, procure a ajuda de um profissional.

(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br

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