MANAUS – Entre 2019 e 2020 o Amazonas registrou 2.288 mortes violentas intencionais, segundo levantamento do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (15). Nessa categoria são incluídos o homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, tanto em serviço quanto fora.
Em 2019 foram 1.172 mortes violentas intencionais. Destas, 1.014 foram homicídios, 47 latrocínios, 23 lesões corporais seguidas de morte e 88 óbitos decorrentes de intervenções da polícia. Dentro dos homicídios dolosos também está o número de policiais mortos em confronto, apenas um.
Em 2020 houve uma redução para 1.116 no total de mortes violentas no estado. Foram 954 vítimas de homicídios (das quais, seis eram policiais), 46 latrocínios, 19 lesões corporais seguidas de morte e 97 óbitos decorrentes de intervenções policiais. Observa-se que houve diminuição em todos os grupos, com exceção dos agentes de segurança que morreram e das mortes em ações da polícia.

Na região Norte, o Amazonas foi o segundo com mais mortes violentas tanto em 2019 quanto em 2020. Fica atrás apenas do Pará, que registrou 3.497 e 2.823 vítimas, respectivamente. A nível nacional, o primeiro foi a Bahia: 6.002 pessoas mortas em 2019 e 6.703 no ano passado.
A taxa de mortes violentas intencionais em 2019 foi de 28,3 vítimas desses crimes a cada 100 mil habitantes. A média nacional foi de 22,7 por 100 mil habitantes. No Brasil, foram 47.742 mortes violentas.
No ano passado, a taxa foi de 26,5 vítimas de mortes violentas a cada 100 mil habitantes no Amazonas. A média nacional continuou menor, 23,6. E o total de mortes violentas no país fechou em 50.033 vítimas.

Manaus respondeu por 984 e 783 mortes violentas intencionais em 2019 e 2020, respectivamente.
Pelo levantamento, foram 838 homicídios dolosos (sendo quatro vítimas policiais), 40 latrocínios, 21 lesões corporais seguidas de morte e 85 óbitos de intervenções da polícia no ano de 2019. A taxa de mortes violentas intencionais foi de 45,1 vítimas a cada 100 mil habitantes. O número é considerado alto se comparado com a média nacional, que foi de 22,8. No ano citado, o Brasil contabilizou 11.454 mortes violentas em todas as capitais mais o Distrito Federal.
Em 2020, acompanhando o cenário estadual, Manaus também teve uma queda nesse índice registrando 783 mortes violentas. Dessas, 657 foram consequência de homicídio (dos quais, quatro eram policiais), 33 latrocínios, 15 lesões corporais seguidas de morte e 78 óbitos que ocorreram em ações da polícia.
A taxa de mortes violentas caiu ano passado, ficando em 35,3 vítimas por 100 mil habitantes. Porém, ainda é elevada diante da média nacional, que fechou em 23,3. Em todas as capitais, mais o Distrito Federal, o total de mortes violentas no Brasil subiu para 11.755.
Avaliação ruim
O levantamento do anuário usa dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social, além do próprio do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e faz uma avaliação da qualidade estimada dos registros estatísticos oficiais de mortes violentas intencionais.
Os estados são divididos em três grupos, conforme a pontuação da soma baseada em cinco eixos: conceito, informações registradas, informações perdidas, convergência e transparência.
Cada um vale 20 pontos, totalizando os 100 pontos do que seria o ideal. No grupo 1 ficam os que conseguem pontuação final de 80 ou mais, o que significa maior qualidade das informações. No grupo 2 estão os que pontuam entre 60 e 80, o que é considerado qualidade intermediária nos dados. No último estão os que conseguem até 60 pontos, ou seja, menor qualidade das informações.
O Amazonas está no grupo 3, com uma pontuação final de apenas 54,68. Dos 27 avaliados, o estado ocupa a 23ª posição. Para efeitos de comparação, Alagoas aparece no topo do ranking, com 91,34 pontos. Além do Amazonas, somente mais quatro estados ficaram entre os piores avaliados, todos da região Norte: Amapá, Acre, Rondônia e Roraima.
*Com informações de Amazonas Atual