Com militares no foco de investigações por tentativa recente de golpe, Clube Militar afirma que o que chamam de “revolução militar” foi balizadora para funcionamento dos três Poderes


Contrariando expectativas para este ano, o Clube Militar divulgou, nesta terça-feira (31), a tradicional mensagem sobre o 31 de março, data do golpe militar de 1964.
Em vez de comemoração, os militares afirmam que o dia trata da rememoração “do movimento democrático”.
A publicação, divulgada no fim da tarde, atribui aos militares — e ao que chamam de revolução — o funcionamento dos Poderes no país. O texto ainda cita o enfrentamento à “violência revolucionária”, sem citar desaparecidos e torturados no período.
O Clube Militar é uma associação de caráter representativo, fundada em 1887, que abriga integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Deflagrada para evitar que o Brasil se decompusesse na anarquia, na corrupção e na guerra uma vez cumprido seu papel reformador, pôde restaurar a normalidade civil, a Revolução de 1964, democrática porque respeitou, preservou e consolidou as instituições do País”, diz a nota.
Em um cenário de prisão de um general de quatro estrelas e de militares tornados réus por recente tentativa de golpe de Estado, a publicação chegou a ser colocada em xeque por uma ala da entidade.
Fontes ouvidas pela CNN afirmaram que prevaleceu o entendimento que a adoção do silêncio, em data crucial, poderia ser ainda mais prejudicial a imagem militar, impactada pelo julgamento em curso na Suprema Corte.
Nos bastidores, oficiais admitem incômodo com as recentes decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Diante do impasse, o caminho escolhido para o posicionamento foi o de defender a atuação de instituições, sem interferência política. O posicionamento não cita nenhum Poder em específico.
“A rememoração da Revolução de 31 de marco de 1964 reitera o compromisso dos Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica com o Brasil e a sua democracia, o farol que guiou os veteranos aqui reunidos ao longo de suas carreiras a serviço da Pátria. E lembra que não há Nação sem instituições e que elas devem atender as demandas para as quais foram criadas, acima de interesses, partidos e ideologias, em prol de todos os brasileiros.
Nesta terça, o presidente Lula quebrou o silêncio e, pelas redes sociais, se manifestou sobre a data.
A declaração foi publicada cinco dias depois do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virar réu no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, por conta do resultado das eleições de 2022.
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