Em seis dias de fiscalização, a Policia Rodoviária Federal identificou um número maior de autuações por excesso de velocidade nas rodovias durante a Operação Carnaval. De acordo com o relatório, foram 41.633 registros. Um aumento de 9%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Na opinião do escritor e jurista Yure Melo, o número ainda preocupa. Ele acredita que os motoristas estão mais confiantes na evolução tecnológica dos veículos e acabam depositando muita confiança no carro quando estão na direção.
“Os carros brasileiros já melhoraram bastante, principalmente porque nós temos carros hoje que são obrigatórios saírem das fábricas com freio ABS. Isso já fez uma diferença muito grande na questão dos acidentes pelo Brasil e ainda o uso obrigatório de cintos de segurança, além dos carros que já vêm com airbags”, analisa.
Em sentido contrário, as infrações por alcoolemia, prisões por recusa nos testes e ultrapassagem indevida registraram queda em comparação ao ano passado, conforme levantamento da PRF.
De acordo com o especialista Yure Melo, mesmo com a conscientização dos motoristas, ainda se faz necessário investir mais do que já está sendo feito para manter a conservação das rodovias brasileiras.
“Acho que o governo federal deve continuar investindo com seriedade, com respeito ao cidadão brasileiro, Só assim, acredito que podemos reduzir isso a valores bastante significativos”, ressalta.
As ações da Polícia Rodoviária Federal incluem a fiscalização de condutas irregulares de motoristas — que podem representar riscos a outros usuários das rodovias — como a mistura álcool e direção, excesso de velocidade e ultrapassagem indevida.
Consumo de álcool
Os dados da PRF mostram que, ao todo, 1.867 motoristas foram autuados por consumir álcool e dirigir ou por se recusar a fazer o teste de alcoolemia e 107 acabaram presos por dirigirem embriagados ou apresentarem sinais de alteração da capacidade psicomotora provocada pelo consumo de álcool. Além disso, também foram registradas 7.926 ultrapassagens indevidas e 41.633 veículos trafegando acima da velocidade estabelecida para as rodovias.
Apesar da Operação Carnaval mostrar uma queda nas infrações relacionadas a alcoolemia, em comparação ao ano passado, o presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST) e doutor em Segurança de Trânsito pela ULB, da Bélgica, David Duarte, avalia que o carnaval foi marcado por imprudências e excessos. Segundo ele, com relação a ingestão de bebida alcoólica, por exemplo, não são todas as pessoas que sabem que ainda existe risco de ser pego pelas autoridades dirigindo após beber, mesmo no dia seguinte.
“A cada hora e meia, o fígado elimina cerca de 10 gramas de álcool por litro de sangue. Isso significa o seguinte, que uma latinha de cerveja, se a pessoa tomou 10 latinhas de cerveja no churrasco, ela vai demorar cerca de 15 horas para ter alcoolemia zerada. E as pessoas não sabem disso. Às vezes pegam o carro no dia seguinte, saem pra dirigir e aí são flagrados numa blitz da lei seca”, explica.
Fonte: Brasil 61