O nível do Rio Negro em Manaus marca 29,98 metros nesta segunda-feira (28), reduzindo um centímetro em relação ao registrado no domingo (27). Após atingir a marca dos 30,02 metros, a maior da história desde o início dos registros em 1902, a água começa a baixar muito lentamente.
No ano passado, quando o rio alcançou 28,52 metros nesse mesmo período, o rio já estava baixando de forma mais acelerada, com 28,42 metros em 28 de junho.
Na região metropolitana, o Rio Solimões em Manacapuru, segue o mesmo padrão, com marca histórica acima dos 20 metros.
Em muitas áreas, junto com a água que sobe, vem também o lixo, que se acumula nas margens dos rios.
A pesquisadora Luna Gripp, do Serviço Geológico do Brasil, diz que 2021 foi um ano atípico, com chuva acima da média em toda região.
“Nesses canais que drenam para os rios, tudo isso está inundado, tudo isso tem volume de água muito grande, então o fato de estar tudo muito inundado é como se estivesse atrapalhando o escoamento da água. Então, mesmo que pare de chover, porque a chuva vem diminuindo ao longo desses últimos meses, está muito cheio”, explicou.
Com o nível do Rio Negro em Manaus se mantendo perto da cota dos 30 metros e com a previsão de um recuo lento e gradual, os efeitos dessa cheia histórica devem demorar a passar.
A Defesa Civil da capital construiu 13 quilômetros de passarelas de madeira para atender cerca 3,7 mil famílias atingidas.
Em alguns lugares, a água subiu tanto, que os moradores deixaram suas casas. A aposentada Maria de Sousa Ferreira, por exemplo, teve que sair e agora aluga um quarto. Passa os dias na expectativa de o Rio Negro descer.
“Não está secando, parece que a água não desce. Para mim, não baixa, não baixa, não baixa. Todo dia parece a mesma coisa”
A previsão é que o Rio Negro ainda demore algumas semanas para começar a dar os primeiros sinais de vazante.
De acordo com a prefeitura de Manaus, as famílias atingidas pela cheia do Rio Negro foram cadastradas para receber um auxílio enchente no valor de R$ 300.
Maiores cheias do Rio Negro
- 2021 – 30,02 m
- 2012 – 29,97 m
- 2009 – 29,77 m
- 1953 – 29,69 m
- 2015 – 29,66 m
- 1976 – 29,61 m
- 2014 – 29,50 m
- 1989 – 29,42 m
- 2019 – 29,42 m
- 1922 – 29,35 m
- 2013 – 29,33 m
G1 AMAZONAS