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Aplicativo ‘Giulia’ vai permitir visitação inclusiva de pessoas surdas no Museu da Cidade de Manaus

Dentro do processo de modernização e adequações quanto à acessibilidade em espaços culturais da Prefeitura de Manaus, a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) está implementando, no Museu da Cidade de Manaus (Muma), no Centro Histórico de Manaus, o aplicativo “Giulia”, que permite a autocondução da pessoa surda dentro do espaço. No momento, o Muma está passando por reformas e reabre, em breve, de forma gradativa e seguindo todos os protocolos sanitários contra a Covid-19. 

O Museu da Cidade de Manaus é um espaço de visitação pública e um dos principais pontos turísticos da capital amazonense. No ano de 2019, o espaço recebeu mais de 67 mil visitantes, uma média de 5,6 mil visitantes por mês. E a partir da reabertura, o museu oferecerá as pessoas com deficiência auditiva a oportunidade de ter uma visita autoguiada com o uso do aplicativo de inteligência artificial “Giulia”, uma tecnologia assistiva que utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras). O aplicativo está em fase de ajustes das funções e, posteriormente, passará por testes com alunos da rede pública de ensino da capital. 

A ferramenta foi desenvolvida pela startup MAP Consultoria em Tecnologias, com o time do “Giulia” composto por designers, desenvolvedores, tradutora intérprete de Libras e animadores 3D, e por  meio de convênio celebrado entre a equipe do “Giulia”, o Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide) e a Associação Para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), no âmbito do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e em parceria com a professora doutora Selma Paula Batista, da Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e orientadora do Projeto de Iniciação Científica do aluno Thiago Souza. 

Inspirado e adaptado no programa de acessibilidade “Giulia” usado pelo Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde o passeio no Bosque tornou-se acessível com a entrega de mais autonomia aos visitantes surdos, foi escolhido como melhor projeto de inovação tecnológica no Brasil em 2019 na categoria Pesquisa e Desenvolvimento-P&D do Prêmio Brasil Criativo. E, em 2018, o projeto “Giulia” foi premiado pelo Ministério do Turismo, no Prêmio Nacional de Turismo, por propor a inclusão da pessoa surda aos espaços de lazer e cultura.

O aplicativo mostra o roteiro inclusivo para pessoas com deficiência auditiva no museu, com uma tecnologia assistiva que utiliza a Libras, explicou o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira.  

“A gestão do prefeito David Almeida está empenhada em inserir a inclusão social dentro dos nossos espaços culturais, e, agora, estamos trabalhando para introduzir este aplicativo no Muma, possibilitando um roteiro inclusivo através da tecnologia para visitantes surdos, rompendo as barreiras do silêncio e da falta de informação para esse público”, pontuou Oliveira. 

Funcionalidade do “Giulia”

O aplicativo, que no próximo ano estará disponível gratuitamente no Play Store, somente para smartphones e tablets com sistema operacional Android, é dividido em duas aplicações. A primeira ficará disponível na recepção do museu, onde o visitante surdo consegue ter uma noção geral sobre o mapa do museu com um resumo, introdução e explicação dos espaços em texto sendo traduzidas pela Avatar 3D. Já a segunda aplicação é o tablet que o visitante surdo levará consigo enquanto participa da visitação, onde as salas “Arqueologia”, “Banho de Origens” e “Afluentes do Tempo” têm seus temas aprofundados com as informações que estão sendo passadas também pelo guia ao público do passeio e o visitante surdo pode selecionar a sala que deseja, conhecer no mapa da aplicação e, assim, dar início à tradução do texto feita pelo Avatar referente aquele local. O Museu já recebeu da equipe do “Giulia” 15 tablets que ficarão disponíveis para o público e passarão frequentemente por higienização. 

O diretor do Museu da Cidade de Manaus, Leonardo Novellino, reforçou que a iniciativa tem um papel importante na construção de uma sociedade mais inclusiva e reflexiva, e que a equipe do museu e do aplicativo estão trabalhando arduamente na implantação do projeto. 

“O Museu da Cidade de Manaus, na gestão do prefeito David Almeida, se preocupa muito com acessibilidade e com as minorias que a nossa cidade possui. Tem um grupo que precisa muito do nosso carinho e atenção, que são os surdos, as crianças, os jovens, que ficam a margem, e nós queremos que eles tenham uma experiência única e usufruam uma visita muito agradável e independente no museu, e conheçam todo o conteúdo histórico da nossa cidade, então esse é só um começo dos muitos projetos que virão de acessibilidade, e que irão trabalhar a inclusão, não só das minorias dos surdos, mas das demais minorias também. O Museu mais acessível e uma cidade mais inclusiva”, finalizou.      

De acordo com a gestora de projetos da MAP, Shineida Pacó, a equipe do “Giulia” tem como missão levar inclusão e acesso a pessoas com deficiência auditiva utilizando a tecnologia para minimizar as barreiras comunicacionais.

“Nós temos a missão de levar a inclusão a partir da tecnologia, então esse projeto, em parceria com a Prefeitura de Manaus, permitiu que nós conseguíssemos continuar trilhando esse caminho e levando informações culturais de forma muito mais autônoma para os cidadãos surdos. No contexto prático, esse projeto irá fornecer uma alternativa tecnológica para que pessoas deficientes auditivas possam visitar o museu e desfrutar do entretenimento do conteúdo das exposições fixas”, ressaltou.

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